“A religiosidade popular presente”

 

por GUTENBERG COSTA // Contador e ouvidor de histórias do povo

 

Tradições ainda são mantidas aqui onde moro há sete anos.

Os vizinhos chegam com seus presentes. Qualquer coisa: batata, macaxeira, bolo. A padaria não vendeu pães hoje, me fez doações de 5 deles. Só vi isto no meu tempo de criança, em Natal. Em Pendências, os comerciantes doavam produtos ou não vendiam nada, preferindo fechar suas bodegas. Em Natal, minha mãe, dona Estela, presenteava seus vizinhos e recebia de volta, às vezes, no mesmo prato.

Tradições raras, mais ainda existentes nas pequenas comunidades do nosso Estado. E a cidade de Florânia é a única no RN com a tradição da procissão do fogaréu, que eu só vi em Goiás. Carnaúba dos Dantas, com o seu teatro da Paixão de Cristo.

A religiosidade popular presente e gestos antigos de caridade. Aqui, desde a quarta-feira de trevas que a minha vizinhança come peixe e não fala em ovos de chocolates. Não se roubam galinhas. Quando cheguei por aqui fiz um Judas e coloquei pendurado no poste, mas não motivou a comunidade. Boa sexta-feira santa e vivam as tradições. Aleluia, aleluia, carne no prato, feijão na cuia!

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