Enrolação: Mec prorroga consulta pública sobre Novo Ensino Médio

Ministério da Educação estendeu consulta pública até o dia 5 de julho

A reforma do Ensino Médio do governo Temer continua causando estragos à escola pública, prejudicando milhões de estudantes. Enquanto isso, o MEC – Ministério da Educação do governo Lula bate o pé e se nega a ouvir o brado retumbante de estudantes, professores e pais que exigem a revogação já dessa reforma.
Prova da surdez proposital do MEC é a prorrogação por mais 30 dias da consulta pública sobre a Lei 13.415/2017, que trata do Novo Ensino Médio. A pesquisa criada pelo governo com a justificativa de assegurar as “condições necessárias para aplicação de todos os instrumentos de escuta e ampla participação social” não passa de uma enrolação que conta com o apoio de do CNE (Conselho Nacional de Educação), FNE (Fórum Nacional de Educação), Foncede (Fórum Nacional dos Conselhos Estaduais e Distrital de Educação) e o Consed (Conselho Nacional dos Secretários de Educação).
Vale lembrar que a tal consulta pública lançada pelo MEC no mês de abril tem sido alvo de críticas, considerando perguntas estratégicas que reforçam a reforma, já que propõe tão somente algumas alterações.

Revoga, já!

Para a professora Flávia Bischain, integrante da CSP-Conlutas, prorrogar o prazo para a consulta não garante a ampliação do debate. Ela avalia que o governo tenta ganhar tempo para a poeira baixar, enquanto negocia com os empresários do setor de educação pequenos ajustes que não vão mudar o caráter central do Novo Ensino Médio. “É preciso revogar integralmente esse ataque, assim como o currículo da Base Nacional Comum Curricular. Para garantir uma formação científica, crítica e de qualidade aos estudantes da escola pública, é preciso que o projeto de ensino médio seja construído com os trabalhadores e a comunidade escolar, não com banqueiros e fundações privadas”, criticou a professora.
Ela defende que “É preciso organizar uma forte luta, que já vem sendo travada nas várias greves de trabalhadores da Educação, ampliando e fortalecendo a luta pelo revoga já”.
A Ubes (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas) tem levado a estudantada para as ruas e demais espaços públicos com o intuito de fortalecer a luta pela revogação e denunciar o retrocesso que essa reforma representa para a educação brasileira. Entre as principais questões apontadas pela entidade estudantil está o currículo flexível, por acreditar que esse projeto “enfraquece a formação geral e aprofundada dos estudantes, além de criar desigualdades e fragmentar o conhecimento”.
A entidade defende ainda a valorização dos professores com melhores condições de trabalho, salário decente e  e participação ativa; mais recursos para melhorar a infraestrutura escolar, capacitar os profissionais da educação e garantir materiais didáticos adequados. “Temos reivindicado a revogação do Novo Ensino Médio com base em uma análise crítica de seus impactos negativos na educação brasileira”.

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