Vamos falar de Rubem Alves

 

por GUTENBERG COSTA // Contador e ouvidor de histórias do povo

Passei toda a terça-feira 27 de março de 2023 relendo o saudoso mestre Rubem Alves (1933/2014). Ele, que de longe me aproximou da espiritualidade, sem religiões hipócritas. Crônicas poéticas e filosóficas.

Simplicidade de quem teve a coragem de dizer que celebrou junto a monges e mãe de santo. Dizia abertamente que não gostava de conversar com diplomados, mas com o povo simples, pobre e feliz. Gostava de conversar tomando café na cozinha do povo. Cultivando sempre jardins e criando cachorros. Tinha um Sítio, e nele plantava uma árvore para cada amigo que se encantava. Tomava vinho. Ouvia música clássica e chorinho. Adorava Manoel de Barros e Adélia Prado. Inclusive, passei a ler a dona Adélia e o ‘seu’ Manoel, por suas indicações.
Não me arrependi de seguir seus ensinamentos. Senti sua partida como se fora um amigo íntimo ou parente bem próximo. Tudo isso pra dizer que hoje bem cedo ao ligar o único aparelho de televisão que tenho em casa [Rádios e Radiolas tenho vários e várias], quando liguei e pus no canal da TV Câmara, lá estava ele, o mestre Rubem Alves. Contando histórias e dando risadas. Terminou dizendo à câmera filmadora que desejaria suas cinzas jogadas em seu Sítio Paraíso. Cinzas ao vento. Simplicidade de quem não leva nada, absolutamente nada. Deixando apenas suas observações do bom viver na paz e nas amizades boas.
Eu não duvido que o velho e sábio Rubem tenha me acordado e forçado divinamente para ouvi-lo com emoção na manhã de hoje. Ontem eu o lia, o que ele hoje falava com alegria. Terá sido apenas uma mera coincidência?
Morada São Saruê, Nísia Floresta/RN. 28/03/2023.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mais acessadas