Visibilidade LGBT: Brasil é o país que mais mata transexuais

Foto:: Rogério Marques

Há décadas nos deparamos com o aumento da violência e mortes de pessoas LGBTQI+, especificamente pessoas transexuais que não aceitam seu sexo biológico, pois se identificam com o sexo oposto. Um contexto histórico e contemporâneo que vem afetando uma população que vivencia inúmeros conflitos diante das suas opções sexuais, em confronto com uma sociedade conservadora, homofóbica, machista, misógina.

Os problemas são agravados para a população LGBTQI+ em consequência das vidas precárias perante as vulnerabilidades cotidianas. Diante do exposto, temos consciências que não só os LGBTSQI+ estão em constantes conflitos, mas a massa da população, que vive os dilemas do desemprego e baixos salários, vivendo também a vulnerabilidade da violência doméstica, onde são as mulheres as mais afetadas.

O Brasil é o país que mais mata transexuais, são 5.741 denúncias de agressões contra essas pessoas, de acordo com os dados dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC). Os transexuais vivem cerca de 35 anos, bem abaixo dos 75 anos da população em geral, por isso, pelo15º ano consecutivo o país está no topo mundial dos que mais mata pessoas em razão da condição de transgênero. Foram 145 assassinatos em 2023, o equivalente a 10% a mais do que o ano de 2022. Em 2024, teve quase 300 mortes no Brasil por LGBTfobia. Estudos apontam que o país segue liderando o ranking desse tipo de crime.

Apesar de nos últimos anos termos assistido conquistas importantes no campo dos direitos da população trans, diariamente, surgem denúncias que revelam um crescente quadro de violência e discriminação que submetem uma parcela da nossa população a situações constantes de risco e violação de direitos. Para grande parte dessa população, esse cenário é somado à situação de vulnerabilidade socioeconômica e de conflitos familiares e comunitários. O aumento do número de denúncias pode ser explicado pela postura mais afirmativa das pessoas LGBTQIA+ e pelo reconhecimento das violações de direitos enfrentadas. Acreditamos que vivemos um momento político em que existe confronto com a sociedade conservadora, isso contribui para o aumento da política de ódio no Brasil.

Infelizmente, a população trans e travesti enfrenta dificuldade de acesso e permanência na escola, o que gera altos índices de evasão escolar, preparação e qualificação profissional para o mundo do trabalho, além da inserção no mercado de trabalho e acesso à saúde, entre outros.

Como um marco na efetivação desta nova trajetória do SUAS (Sistema Único de Assistência Social), a partir do II Plano Decenal que preza pela construção de uma política de equidade dentro do sistema, o Conselho Nacional de Assistência Social aprovou, em conjunto com o Conselho Nacional de Combate à Discriminação contra a População LGBTQI+, a Resolução Conjunta CNAS E CNCD/LGBT nº 01/2018, que estabelece parâmetros para a qualificação do atendimento socioassistencial da população LGBT.

Um dos fatores que mais afetam a baixa estima da população LGBT é desemprego e renda. Muitos brasileiros perderam o emprego ou tiveram sua renda reduzida em decorrência do desemprego. Com as dificuldades de acesso ao mercado de trabalho pela população LGBTS, o impacto econômico contribui muitas vezes para problemas de saúde, como a depressão.  A perda de renda foi imediata para os LGBTI sem acesso ao trabalho formal e afetou diretamente sua capacidade de sobreviver.

No primeiro trimestre de 2025 a taxa de desemprego chega a 7%, considerada a menor para este período em toda a série histórica de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Continua (PNAD). Sem esquecermos que existem as pessoas que vivem do subemprego, que trabalham por conta própria, os autônomos.

Cada um com suas especificidades, temos acompanhado nas redes sociais como o contingente LGBT ficou excluído do mercado de trabalho, principalmente pelo preconceito que sofre diariamente. As desigualdades presentes na sociedade, banalizada pelo poder público, é visível quando observamos o número de pessoas que são assassinadas por ter uma opção sexual diferente da pregada pela sociedade patriarcal, conservadora e hipócrita. Exemplo disso são as pessoas que se identificam como LGBT e sofrem discriminação diariamente, seja na rua, no trabalho, na escola, muitas das vezes dentro de casa.

Assim como as mulheres negras, a população LGBTQI+ está sendo assassinada e agredida diariamente com palavrões. Não temos políticas públicas nem formas de diminuir a mortalidade da população LGBT, o que nós chamamos de violência institucionalizada. Queremos viver como quaisquer outras pessoas vivem, somos o que podemos ser. Respeitem nossas escolhas.

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