UMES Natal comemora 40 anos com encontro de gerações

Arquivo/Henrique José

Nesta quinta-feira (08/12) ocorrerá a solenidade em comemoração aos 40 anos de fundação da União Metropolitana dos Estudantes Secundaristas – UMES Natal. O evento reunirá estudantes de diversas escolas e antigos dirigentes do movimento estudantil potiguar.

“É uma responsabilidade enorme continuar o trabalho de tantas gerações que se dedicaram ao movimento estudantil em Natal. Será também um momento de aprendermos com a história que eles escreveram e nos inspirarmos para seguir lutando por nossos sonhos”, diz Luana Silva, estudante da Escola Estadual Edgar Barbosa e uma das organizadoras do evento.
Durante o evento, a partir das 14h no Auditório da Reitoria do IFRN, será lançada uma revista contando a história de quatro décadas da UMES.
UMES Natal nasce em meio às lutas históricas dos estudantes secundaristas
Uma das primeiras bandeiras do movimento estudantil secundariasta, além da luta em defesa da escola apública, foi a campanha “O Petróleo é Nosso” durante o governo de Eurico Gaspar Dutra, em 1948. Neste mesmo ano, embalado pelas mobilizações o 1º Congresso Nacional dos Estudantes Secundaristas, no Rio de Janeiro, foi marcado pela fundação da União Nacional dos Estudantes Secundaristas (UNES).
O segundo congresso da entidade, em 1949, trocaria o nome para União Brasileira dos Estudantes Secundaristas — UBES. Ao longo do tempo diversas entidades secundaristas municipais e estaduais foram criadas, fortacelendo cada vez mais o movimento estudantil em nível nacional.
Em 1968, o secundarista Edson Luis foi assassinado pela repressão durante uma manifestação estudantil no restaurante Calabouço, no Rio de Janeiro.  O seu velório na capital carioca levou mais de 50 mil pessoas para as ruas numa demonstração de resistência à ditadura militar. Mesmo diante de toda repressão e muita perseguição o movimento estudantil seguia lançando seus inumeráveis panfletos que denunciavam a crueldade da ditadura nas escolas e nas ruas. Na tentativa de cessar a luta e impor o regime militar iniciado em 1964 (após o golpe que destituiu o presidente João Goulart), o general João Baptista Figueiredo manda demolir o prédio das entidades estudantis na Praia do Flamengo (RJ).
Mesmo com o “sangue das feridas no chão” o movimento estudantil não cessou as bandeiras na rua nem calou diante de um tempo que exigia coragem e ousadia para exercer a nossa voz com liberdade. Muitos gritos, ainda clandestinos naquela época, eram desafiadores. Além dos panfletos, enquanto a cidade adormecia, as pichações davam o tom dos protestos em muros, viadutos, fachadas de prédios.
A nossa juventude estava sempre desobedecendo as regras e ousando desafiar o status quo ditatorial, fazendo valer a filosofia do grande Raulzito: “A desobediência é uma virtude necessária à criatividade”. A exemplo da chapa “Hora de Lutar”, que diante do fechamento do grêmio estudantil fez do Centro Cívico Celestino Pimentel do Atheneu Norte-rio-grandense um espaço de militância em meio a reoganização do movimento estudantil, onde se aprendia verdadeiras lições de política.
1982 – Nasce a UMES Natal
Neste início de uma década embaraçada, morre a cantora Elis Regina, que deu voz à canção o Bêbado e a Equilibrista, de João Bosco e Aldir Blanc, hino da campanha da anistia que permitiu a volta de exilados como Leonel Brizola, Miguel Arraes, Gregório Bezerra e Herbert de Souza, o Betinho, entre tantas e tantos irmãs e irmãos do Henfil (cartunista que fez do traço subversão).
Em meio a toda essa agitação política e cultural acontece o I Congresso da União Metropolitana dos Estudantes Secundaristas – UMES Natal, realizado nos dias 14 e 15 de maio de 1982 no Instituto de Teologia Pastoral de Natal (Itepan), que aprovou o Estatuto da entidade e elegeu a sua diretoria. Uma história feita de sonhos e bandeiras históricas em defesa da educação pública de qualidade.
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