As festas de Ibejada, Ibeji, Kurumins, Cosme e Damião, aquelas onde as crianças corriam pelas calçadas e ruas para buscar os doces são tradições que estão em extinção na Cidade de Natal.
As festas nos terreiros de Umbanda, terreiros de Jurema, Candomblés Nagô de Natal, esvaziam-se porque os terreiros estão sumindo em meio ao racismo religioso. As tradições de terreiro e tradicionais festas tem se higienizado em terreiros mais modernos com arquitetura moderna, se aproximando aos salões evangélicos com portas de vidro, pisos de porcelana e ar-ondicionado. Isso é um processo que acontece no Brasil todo,
As tecnologias como gelagua, banhos batidos em liquidificador, tudo isso é uma exposição extraída dos próprios stories do Instagram. Os terreiros tem existido mais no Instagram e demais plataformas do que na vida real. O repasse das tradições como moedas de troca e o deslocamento de conceitos tradicionais, afastam por completo a perpetuação de tradições centenárias diante das mudanças bruscas de uma geração sem conhecimento do passado e dos motivos dos rituais que são oriundos de momentos milenares. Entretanto, há resistência contra a escravidão e o racismo estrutural implantado na sociedade brasileira.
Em Natal, onde os terreiros de matriz africana e matriz indígena dividem os próprios espaços, a tradição acaba quando os terreiros acabam com a morte de diversos sacerdotes e sacerdotisas dos cultos e tradições culturais, com as perseguições nas comunidades periféricas do fanatismo evangélico.