
As Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da capital potiguar vivem um cenário de superlotação. Profissionais da saúde e a população enfrentam diariamente o sucateamento dos equipamentos e a falta de medicamentos básicos, em meio ao colapso de um sistema que deveria ter como prioridade o cuidado com as pessoas.
Salários defasados e sobrecarga de trabalho agravam ainda mais a situação. Os problemas, ignorados pela Prefeitura de Natal, levaram as servidoras e os servidores da saúde a deflagrarem greve a partir desta terça-feira (17/6).
O primeiro dia de paralisação começa com uma assembleia geral da categoria, às 9h, no auditório do Sindicato dos Bancários. Em seguida, está marcada uma caminhada até a sede da Prefeitura, para reafirmar publicamente a luta por melhores condições de trabalho e valorização profissional.
Entre as principais reivindicações estão direitos que vêm sendo negados há anos. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores da Saúde (Sindsaúde/RN), há 11 anos os servidores não recebem reajuste salarial. Por conta disso, a categoria cobra:
- Recomposição salarial de 24%, com base no limite prudencial;
- Implementação da data-base, retroativa a março;
- Recomposição das gratificações, previstas na Lei Complementar 120;
- Pagamento de insalubridade para todos os servidores;
- PL dos auxiliares de enfermagem;
- Inclusão dos auxiliares de farmácia no plano de Saúde;
- Fim dos cortes nas gratificações durante os períodos de licença;
- Cumprimento da progressão salarial prevista em lei.
Além da precarização estrutural, o Sindsaúde/RN denuncia que dentistas, enfermeiros e farmacêuticos não recebem auxílio transporte nem auxílio alimentação. Para completar o cenário de descaso, o sindicato denuncia a prática de assédio moral nas unidades, além de adoecimento físico e psicológico, resultado da pressão e das péssimas condições de trabalho.