Recado aos golpistas: “Quem não pode com formiga, não assanha formigueiro”

Fotografia: Liz Filardi

Um dia após os atos golpistas em Brasília, milhares de pessoas ocuparam as ruas do país nesta segunda-feira (9/01) para saudar a valente democracia, que ao longo da História do Brasil foi tão torturada e tanto fez chorar Marias e Clarisses.

Mais uma vez, a mobilização das ruas “não há de ser inutilmente”. A espoliação amarga que traga um suor em massa e solta baforadas de ódio não apagará esse direito fundamental conquistado à custa de muita luta. E reconstruído tantas vezes.
De Manaus na região amazônica a Avenida Paulista; do Maranhão terra do Bumba-meu-boi ao Olodum de Salvador; do movimento manguebeat em Recife ao grito de guerra do Toré potiguara no Rio grande do Norte, a resposta do povo brasileiro aos atos golpistas foi certeira: “Quem não pode com formiga, não assanha formigueiro”.
Fotografia: Jonathan Feijó
A democracia foi defendida de peito aberto em atos espalhados pelas ruas do país. No meio do caminho de todas as manifestações, cartazes, faixas e palavras de ordem deram o tom dos protestos.
Certa vez, o poeta Manoel de Barros escreveu: “Que a importância de uma coisa há que ser medida pelo encantamento que a coisa produza em nós”. Certamente, esse foi o sentimento que tomou conta das manifestações ocorridas nesta segunda-feira pelo país afora.
“Nós, da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas, fomos para as ruas barrar os retrocessos do governo Bolsonaro nos últimos 4 anos e hoje voltamos pra dizer que os dias do ex-presidente, derrotado nas urnas, estão contados. Não vamos admitir ações antidemocráticas, não vamos permitir que deslegitimem a vontade soberana do povo na eleição histórica onde mais de dois milhões de jovens secundaristas tiraram seus títulos para participar do processo democrático”, gritou a estudante Jade Beatriz em nome de um movimento estudantil que historicamente faz parte das lutas do povo brasileiro.
A professora Nadja Costa, coordenadora geral do Sinasefe Natal (Sindicato dos Servidores da Educação Básica, profissional e tecnológica), cobrou a punição exemplar de todos os envolvidos nos atos de terror do último domingo. Ela lembrou que no Rio Grande do Norte “temos parlamentares que estão financiando e apoiando atos golpistas”. E defendeu que esses parlamentares precisam ser cassados e responder juridicamente por seus atos.
Vanessa Mendonça, do Movimento Luta Popular, destacou o direito à moradia do povo negro e periférico como parte da luta em defesa da democracia. “Não vamos aceitar golpe, mesmo com essa democracia burguesa é importante que a gente se mantenha firme nas lutas. A gente também sabe se fosse nós, povo pobre, preto, trabalhador das quebradas, das periferias, a gente teria levado tiro, porrada e bomba”.
Na opinião do dirigente da CSP-Conlutas, Luiz Carlos Prates, as manifestações que ocorreram no país inteiro para defender a liberdade democrática ameaçada pela extrema direita demonstraram que os atos golpistas se enfrentam com mobilização nas ruas. “Não depositamos nenhuma confiança nas instituições desse regime que cada vez mais se mostram inoperantes e incapazes de enfrentar a extrema direita”. O sindicalista fez um chamado às centrais sindicais e organizações sociais a mobilizarem a população “com uma proposta diferente, uma alternativa socialista e revolucionária”.
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