
Deslocamento forçado vai ao encontro dos interesses da ultradireita sionista e do imperialismo para lucrar na Palestina
Numa coletiva à imprensa nesta terça-feira (04/2) o presidente dos EUA, Donald Trump, defendeu abertamente o deslocamento forçado de mais de 2 milhões de palestinos da Faixa de Gaza e seu reassentamento permanente em países árabes vizinhos. A declaração gerou forte reação e condenação internacional diante do que foi classificado como um repugnante plano de limpeza étnica.
Cinicamente, Trump afirmou que a única alternativa para os palestinos em meio à destruição do território seria deixar a região. Indo mais além, afirmou que os EUA irão “tomar conta” e “possuir” Gaza em um plano de reconstrução para transformar o enclave na “Riviera do Oriente Médio”, escancarando não apenas a continuidade dos planos genocidas, mas os gananciosos planos capitalistas para Gaza.
As declarações foram feitas durante a visita de Benjamin Netanyahu aos EUA, o primeiro-ministro israelense condenado pelo Tribunal Penal Internacional por crimes de guerra.
Em resposta, o Hamas divulgou uma declaração dizendo que os planos de Trump são “uma receita para criar caos e tensão na região”. “Nosso povo na Faixa de Gaza não permitirá que esses planos passem”, afirmaram.
Chanceleres de cinco países árabes – Egito, Jordânia, Arábia Saudita, Catar e Emirados Árabes Unidos – também condenaram a proposta, alertando que a remoção forçada dos palestinos desestabilizaria ainda mais a região e prejudicaria qualquer perspectiva de paz.
A relatora especial da ONU para o território palestino ocupado, Francesca Albanese, declarou que o plano de Trump é “ilegal, imoral e completamente irresponsável”, acrescentando que ele estava sugerindo cometer o “crime internacional” de deslocamento forçado.
Pelo mundo, diversos países também condenaram e repudiaram a proposta, inclusive o governo brasileiro.
Nos Estados Unidos, as declarações de Trump também provocaram protestos. Nesta terça-feira, manifestantes se reuniram em frente à Casa Branca e em outros locais para denunciar a cumplicidade do governo dos EUA com as políticas israelenses na região. “A Palestina não está à venda” e “Palestina Live” eram algumas das frases de cartazes levados por manifestantes que também exigiram a prisão do criminoso de guerra Netanyahu.
“Não iremos a lugar nenhum”
Indignação também foi a reação de palestinos. “Não deixaremos nossas áreas, não permitiremos uma segunda Nakba”, disse à agência Reuters Um Tamer, de 65 anos e mãe de seis filhos. “Nós não deixamos Gaza sob o bombardeio e a fome, como ele pretende nos expulsar? Não vamos a lugar nenhum. Criamos nossos filhos ensinando-os que eles não podem sair de casa e não podem permitir uma segunda Nakba”.
A fala dessa mãe palestina é apenas mais um exemplo da determinação e força que marcam o povo palestino. Após 16 meses de guerra genocida, as últimas semanas mostram a resistência inabalável do povo palestino.
Mesmo entre os escombros, erguem barracas, tentam reconstruir suas vidas e reafirmam seu direito de permanecer em sua terra, enfrentando a brutalidade colonial que tenta expulsá-los.
Os palestinos não se rendem, e a luta por uma Palestina Livre, do rio ao mar, continua.
Parte dessa luta é exigir que governos de todo o mundo ampliem o Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS) contra Israel. No Brasil, Lula precisa ir além das declarações e romper todas as relações com o regime sionista, incluindo acordos comerciais e o fornecimento de petróleo que alimenta sua máquina de guerra.
Nem genocídio. Nem limpeza étnica. Palestina Livre, do rio ao mar!
Fonte: CSP-Coinlutas