Os brutos também lêem

 

Ilustração: Rogério Marques
por NANDO POETA
Me dizem, vozes que habitam
Pelo Centro da Cidade.
Existir na redondeza
Um rei amante da maldade
Que sentado de seu trono
Quer do mundo ser o dono
Afeito a voracidade.
Tudo que vê pela frente
Seja ou não do seu agrado.
Mira, tenta demolir
Com seu ato atrapalhado.
Ele briga até com o vento
Devido ao temperamento
De um ser descontrolado.
Numa montanha de livros
Ele escala todo dia.
Movido a um combustível
Que lhe deixa em agonia.
Dá um nó em sua mente
Solta o fel de uma serpente
Se veste com a fantasia.
A máscara fica no ponto
Montado de agressor.
Com a latinha na mão
Ligado fica o motor.
Atirando em todo mundo
Se encontrar um moribundo
Pisoteia com terror.
Por toda Cidade Alta
Ele já tem sua fama.
Não deixa ninguém quieto
Pois começa a jogar lama.
O livreiro é conhecido
Por fazer seu alarido
Com seu roteiro de trama.
Sempre faz a confusão
Seja qual for o lugar.
Se a cerveja está quente
Ou devido a um olhar.
Começa com seu berreiro
Pode até ser traiçoeiro
Com barra de aço atacar.
Ninguém mais suporta o homem
Pelos bares da cidade.
Aprontou diversas brigas
Esta nobre majestade.
Por favor ouça o conselho
Não deixe ninguém VERMELHO
Por mais uma atrocidade.
Fui recentemente um alvo
Desse moço virulento.
Dissimulei por seu estado
Estar preso a um tormento,
Encharcado de bebida
Mergulhado nessa vida
O livreiro violento.
Depois do acontecido
Chegou a mim a noticia
De tantos casos bizarros
Fruto de sua malícia.
De desferi os seus ataques
Agora faço os destaques
Quase um jornal de polícia.
Já é do saber de todos
Sua postura, grosseira.
Trata mal os seus clientes
Ofende na bagaceira.
No tom ameaçador
É um vil, provocador
Que mancha qualquer bandeira.
Se achando o Manda Chuva
Importuna todo mundo.
Depois de tomar algumas
Vira um ser do submundo.
Destrata qualquer pessoa
Com ninguém fica na boa
Mergulha na lama fundo.
O Beco da Lama sabe
Que ele açoita a própria sombra.
Perde os trilhos da razão
Qualquer ser vivo ele assombra.
Pisa, machuca o humano
Chama de pilantra o mano
Depois de ficar na lombra.
Um certo dia açoitou
Um poeta da cidade.
Torceu o braço, quebrou
Usando a sua maldade.
Rasgou letras do destino
Mostrou seu lado malino
Um gênio em perversidade.
Xingou no espaço de arte
Um Secretario poeta.
Atirou pra todo lado
O tumulto foi a meta.
Gritou e meteu carreira
Uma confusão Reeira
Fez a lambança completa.
Em outro bar da cidade
Empurrou o velho dono.
Soltou os seus desaforos
Premiou de desabono.
O filho do dono agora
Quando o ver manda embora
Para não perder o sono.
No Bar do Samba da quinta
Ele não é mais bem-vindo.
Quando vai se aproximando
Alguém vai logo intervindo.
Pegue o beco meu senhor
Você faça esse favor
Vai desse espaço sumindo.
Na Praia de Pipa foi
Escrito no lamaçal
De uma Feira Literária
O bruto, feito um chacal.
A soletrou mais um erro
Por isso sofreu desterro.
Pelo ato irracional.
Queria tirar o couro
Por ser, um ser, um cabrito.
Ficou brabo, quis partir
Pra cima dando o seu grito.
Se sentindo o maioral
Da cidade de Natal
Senhor das trevas, maldito.
Com o poeta professor
Também quis tirar a onda.
Mas a enxurrada do mar
Veio forte, bem redonda.
Deixou bem no seu lugar
Sua base a balançar
No beco pegou a ronda.
Uma Bibada nos peitos
No bar que toca o sino.
Caiu sentado de jeito
No canto o rato ladino.
Bar dá-los cartão vermelho
Recebeu o tal pentelho
Pelo o seu ato traquino.
Um dia um livro sumiu
Era sobre Caicó.
A amizade com o amigo
Na confusão deu um nó.
O rapaz foi acusado
De tê-lo surrupiado
Quase cai no xilindró.
Carlança tocou do céu
Enviando o seu recado.
Ter presenciado um dia
O livreiro malcriado.
Acusar alguém de gangue
Deixou a moça sem sangue
No porão ficou guardado.
São aqui fatos narrados
Baseado no real.
Passo a passo recolhidos
Na cidade de Natal.
Depois do vídeo gravado
Do livreiro alcoolizado
O fim não chega ao final.
Minha gente no cordel
Chamei a sua atenção.
Do que vem acontecendo
Sobre a violação
De um livreiro analfabeto
Que do mal é arquiteto
Faz da briga o seu brasão.
Não podemos aceitar
A postura do livreiro.
Obcecado e tirano
Com seu ato maloqueiro.
É hora de dar um basta
A sua ação tão nefasta
Semelhante a um desordeiro.
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