NOVENIL BARROS: 45 Anos de Arte

Um resumo expobiográfico da trajetória artística [1978/2023] de Novenil Barros, que está produzindo três exposições sequenciais durante quatro meses de 2023. A primeira será inaugurada no próximo dia 15 {março/abril} no Sesc Cidade Alta. Depois na Pinacoteca (abril/maio). E em maio junho será a vez de Ceará-Mirim.

Novenil explica que mesmo tendo apresentado o projeto para algumas instituições culturais, ainda não foi possível o apoio financeiro suficiente para cobrir os gastos totais da produção, em torno de 22 mil reais. “Até agora, recebi apoio do Sesc/RN e de alguns amigos através de uma Campanha de Apoio Coletivo, em qualquer valor, que terá um agradecimento todo especial exibido em audiovisual no espaço interno da galeria durante a exposição e veiculado nas midias sociais”.
UMA PALAVRA SOBRE A ARTE DE NOVENIL

Texto escrito pelo Artista e Professor de Artes Plásticas Vicente Vitoriano

Assumidamente influenciado por correntes modernistas como o surrealismo e a Pop-art, ou mesmo pelo academicismo neoclássico, Novenil reflete de fato tais influencias mas segundo uma síntese que resulta num trabalho especialíssimo e sobremaneira original. Na verdade, esta síntese possui um ingrediente fundamental e que suporta o amálgama de heranças históricas: trata-se da tradição das artes gráficas, digo do desenho da página impressa ou do cartazismo e que remete sua obra ao construtivismo e a outras manifestações plásticas específicas do desenho. Homem, animais, plantas e a paisagem compõem ou habitam estruturas como que diagramas, manchas gráficas de um lay-out publicitário. Tal rigor construtivo é sobreposto por uma pintura que constantemente recorre ao traço – à pincelada explícita – o que a traz de volta ao desenho. Isto se reforça pelo uso de cores puras que em geral relutam em esmaecer-se nas subtonações e jogos de claro e escuro.
Embora reconheçamos esta ênfase construtivista ou, diríamos gráfica, o que vemos na obra de Novenil resiste a uma filiação categórica. Tropicalismo? Modernismo tardio? Historicismo pós-moderno? Talvez seja plausível dizer que Novenil antropofagiza as suas influências e cria seu próprio idioleto como um autêntico modernista. Acrescenta-se, no entanto, que criando um modo próprio de expressar-se plasticamente ele não reduz a obra à esterilidade metalinguística para onde desandou muito da arte moderna; em Novenil, a pesquisa formal recheia-se de um profundo envolvimento com questões humanas e ambientais que resgata e atualiza os compromissos sociais das vanguardas modernistas num propósito que deveria permear genericamente o que se tem nominado como pós-moderno.

 

Crédito: Acervo pessoal
NOVENIL BARROS nasceu em 12 de dezembro de 1958 em Ceará-Mirim no Rio grande do Norte, Brasil, onde viveu sua infância e adolescência. Viveu outra parte de sua vida em Natal, perto do mar, mas sempre viajando, estudando e expondo em outras cidades brasileiras e no exterior.
Começou a desenhar e a pintar aos nove anos de idade. Desde 1978 trabalha profissionalmente na área das artes visuais, experimentando diversas técnicas e estilos, mesclando o clássico e o moderno. Tendo forte influência da arte popular, do modernismo, tropicalismo, do surrealismo, construtivismo, dos movimentos de vanguarda até se deparar com o universo da geometria sagrada. Desde então, da pop-art aos novos estilos e tendências contemporâneos, o artista somatiza essas influências e transfere no processo criador uma figuração que remete aos seus questionamentos sobre a relação entre homem e natureza.
Atualmente, o multiartista desenha, pinta, exerce curadorias, coordena projetos, ministra cursos e oficinas de artes visuais, papel artesanal, reciclagem e cartonagem na OPA – Oficina do Papel Artesanal, Reciclagem e Cartonagem Potiguar e na SOHAM Residência Artística em Ceará-Mirim – RN – Brasil.
A arte existe para que a realidade não nos destrua [ Friedrich Nietzsche ]
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