
A vida vence o abandono.
Onde havia ruína e descaso, agora há dignidade.
A ocupação não é invasão: é o povo construindo o que sempre lhe foi negado.
Cada quarto ocupado é resistência contra a especulação e afirmação de que aqui pulsa vida.
A nota do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) reflete o cotidiano da Ocupação Palestina Livre, no centro histórico de Natal/RN. Mais uma construção que nasce de mão dada com esse movimento nacional pelo direito de morar. “Apenas na capital potiguar, o déficit Habitacional chega a quase 50 mil famílias, que moram de aluguel, de favor em casa de parentes ou estão em situação de rua, não tendo nenhuma perspectiva de conquistar sua moradia”, completa o testemunho repleto de dados que reafirma a necessidade de lutar.
Em meio a jornada por justiça social e soberania, a ocupação iniciada neste 7 de setembro foi nomeada Palestina Livre. O objetivo é fazer coro com o grito do povo palestino, vítima do genocídio praticado pelo governo assassino de Israel que tem pleno apoio do imperialismo dos Estados Unidos.
“Essa luta não é isolada: ela ecoa um processo histórico de reivindicação, de dignidade, de acesso à moradia e de enfrentamento às estruturas que concentram terras e imóveis, enquanto milhares de famílias seguem sem um teto para viver”, diz a nota de apoio assinada pelo Centro de Referência em Direitos Humanos Marcos Dionísio (CRDH), que se soma ao grito de resistência da Ocupação Palestina Livre.
“Nosso apoio à ocupação é também um posicionamento político em defesa da vida, contra a especulação imobiliária e a favor da construção popular de um futuro onde morar, trabalhar e viver com dignidade não seja um privilégio, mas um direito”, reforça o CRDH ao reafirmar a luta em defesa dos direitos humanos e se colocar ao lado das famílias que fazem do território antes abandonado espaço coletivo.
Dados divulgados em maio de 2025 pela Agência Câmara de Notícias e a Fundação João Pinheiro (FJP) apontam um déficit habitacional no Brasil, em 2025, estimado em cerca de 5,9 milhões. Um cenário que afeta milhões de famílias brasileiras que sonham com moradia digna. Enquanto isso, a palavra de ordem é ocupar e resistir.