Nando Poeta resgata memória de Manoel Camilo no I Congresso Internacional de Cordel

Sociólogo, professor e cordelista, Nando Poeta marca presença nesta segunda-feira (24/11) no I Congresso Internacional de Literatura de Cordel e II Congresso Brasileiro de Literatura de Cordel. Na bagagem, leva a palavra como leitura de mundo — que faz da militância a arte de lutar.

Hoje, o poeta ocupa o Auditório da Fundação Casa Rui Barbosa, no Rio de Janeiro, com a palavra de ordem “Manoel Camilo dos Santos – uma estrela no solo natalense”. Um encontro entre pesquisa, memória e poesia que lança o cordel para além do seu tempo, cruzando histórias, territórios e afetos.

Publicado originalmente no site foque.com.br, o artigo de Nando Poeta desvenda a passagem de Manoel Camilo dos Santos por Natal — um dos grandes nomes do mundo cordeliano que, por alguns anos, habitou a capital potiguar. “Natal, a cidade dos três Reis Magos e banhada pelo rio Potengi, foi tocada pelo poeta sonhador”, escreve Nando ao lembrar que, à época, o guaribirense já era figura consagrada no universo do cordel, tendo iniciado sua trajetória em 1936 como cantador em João Pessoa (PB).

“A passagem do poeta por Natal foi um período, pelo que se sabe, curto. Dizem que não ultrapassou os três anos. Registros que comprovam sua estadia são raros. Os jornais da época não deram a devida importância ao poeta, passando batida a presença de uma celebridade da poesia em nosso território”, explica o pesquisador do Ponto de Memória Estação do Cordel.

Segundo Nando, o cenário que Manoel Camilo encontrou não era o paraíso sonhado pelo poeta. “A capital potiguar na década de 60 e nos primeiros anos de 1970 era uma pacata cidade com seus fortes traços interioranos. Ainda tínhamos o hábito de sentarmos na calçada de casa e passar horas papeando nas esquinas das ruas. Ficar nos bancos das praças proseando com os amigos. Assistir com prazer as rodas de folheteiros no meio das feiras e praças”.

Em uma estrofe do cordel “A ressureição do poeta que não Morreu” Manoel Camilo dos Santos confirma a temporada potiguar.

No ano sessenta e nove
Eu me achava em Natal
Morando em um quartinho
Junto ao Mercado Central
Sem família, sem parente
Sem um amigo afinal…

Filho de Manoel Soares e Cleonice Soares, Nando Poeta reafirma no congresso seu engajamento na luta social, política e cultural, que faz do cordel um instrumento de conscientização, memória e mobilização popular — ponte viva entre poesia e revolução.

Leia na íntegra o artigo “Manoel Camilo dos Santos, uma estrela do cordel em solo natalense

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