“Meu coração dói mais do que os outros”

Giz de cera sobre papel offset – Rogério Marques

A língua afiada do anônimo bêbado, sentado ao lado do amigo numa calçada da avenida Municipal de Pitangui [município de Extremoz/RN], chamou a atenção pelo fardo que foi transformado num desabafo em plena via pública.

Exatamente cinco e vinte e nove da matina, em meio à sua odisseia, aquele homem fez da senhora dor uma narrativa que deu voz ao invisível. Esse momento imprevisto e singular traz à tona o sentimento à flor da pele que encharca a perambulação de seres humanos acusados de vadiagem. Muita gente tomaria emprestado o verso escrito e cantarolado por Antonio Carlos Jobim para designar tal cena:
“É o fundo do poço
É o fim do caminho
No rosto o desgosto
É um pouco sozinho”
Talvez. Melancolia para uns. Tempo perdido para outros. Na ordem do dia, a essência de mais um flagrante da vida. Aquele bêbado na calçada, enfurnado na sua mais profunda dor, qual o seu nome e endereço?
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