O Setorial de Mulheres da CSP-Conlutas abre inscrições para Aula Pública: “Pela vida das mulheres, porque precisamos legalizar o aborto no Brasil”, que acontecerá no dia 8 de outubro em formato virtual e aberta ao público.
De acordo com a organização, a data foi atualizada para que fosse possível garantir a presença de importantes ativistas, especialistas e representantes para abordar o assunto. A atividade será dividida em blocos temáticos com duração prevista das 14h às 20h.
O objetivo é reunir especialistas das áreas da saúde e do jurídico, representações de trabalhadoras e trabalhadores, movimentos de luta, parlamentares e representações partidárias para discutir tão importante tema em defesa da vida e dos direitos das mulheres.
Uma oportunidade para refletir sobre o panorama do aborto no Brasil e no Mundo. Quais os obstáculos enfrentados, a criminalização, perfil de quem aborta, entre outros indicadores.
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), entre 2010 e 2014, cerca de 55 milhões de abortos ocorreram no mundo, sendo que 45% destes foram inseguros. Em decorrência desses procedimentos, uma média de 800 mulheres morrem diariamente.
Na América Latina, são feitos mais de 4 milhões de abortos por ano, sendo 95% considerados inseguros. No Brasil, cerca de 800 mil mulheres interrompem a gravidez anualmente.
Essa realidade tem outro dado alarmante. No Brasil, a cada hora, quatro meninas de até 13 anos são estupradas, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2019. Em média, são realizadas seis internações diárias por aborto, envolvendo meninas de 10 a 14 anos que engravidaram após serem estupradas.
Enquanto isso, as mulheres são submetidas aos diversos ataques de instituições governamentais. Um dos casos mais atuais é a mentirosa cartilha publicada pelo Ministério da Saúde do governo Bolsonaro, que afirma não existir aborto legal no país e orienta que os casos constatados sejam comprovados após investigação policial.
Daí, a importância de uma aula pública para debater sobre os retrocessos e as ameaças ao direito do aborto legal e quais os projetos de lei em tramitação no Brasil. Na ocasião, serão abordadas temáticas referentes à saúde da mulher, violência de gênero, cultura do estupro e violência sexual.
Pesquisa da revista Exame realizada em abril desse ano aponta que 55% das pessoas pesquisadas se colocaram contra a descriminalização do aborto, sendo que 72% na classe C e 68% nas classes D e E. Isto é, a população que recebe até 3 salários mínimos se colocou contrária ao aborto legal.
Para ajudar nessa reflexão sobre a legalização do aborto confira a cartilha “É pela vida das mulheres – Legalização do Aborto, Já! (Educação sexual e contraceptivos para decidir! Aborto legal e seguro para não morrer)”, elaborada pela CSP-Conlutas.
A Central Sindical e Popular afirma que defende a legalização do aborto “para salvar vidas e políticas de saúde pública que atendam as mulheres e que essas tenham o direito de decidir sobre seus próprios corpos e sobre exercer ou não a maternidade.”
ANOTE NA AGENDA
Aula Pública “Pela vida das mulheres, porque precisamos legalizar o aborto no Brasil”
Data: 8 de Outubro
Horário: 14h às 20h
Local: Online, com transmissão nas redes sociais e participação via zoom
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