
O Brasil está vivendo um dos piores eventos climáticos de sua história, afirma o Greenpeace ao avaliar as enchentes na Região Sul do País, que afeta 314 municípios com mais de 400 mil pessoas impactadas. Em menos de um ano, essa é a 4ª vez que a mesma região sofre com grandes enchentes que, até o momento, já somam 131 mortes.
Uma consequência do aquecimento global e da falta de políticas de prevenção. Mudanças climáticas reais. Por isso mesmo é preciso continuar lutando para que a causa ambiental seja prioridade e para que governos e indústrias assumam suas responsabilidades.
Bairros inundados, casas e pontes destruídas, estradas interditadas, corte no abastecimento de água e luz, risco de desabastecimento de combustível. Na quinta-feira (02/5) a barragem da usina hidrelétrica 14 de Julho, na cidade de Bento Gonçalves, se rompeu e a população ribeirinha foi alertada a deixar a região. De acordo com a Defesa Civil do estado, outras quatro barragens, localizadas nas cidades de Bento Gonçalves, Canela, Cotiporã e São Martinho da Serra, estão sob risco de rompimento.
AMBIENTALISTAS E CLIMATOLOGISTAS afirmam que as fortes chuvas que caem sobre o Rio Grande do Sul tem como pano de fundo a crise climática que ameaça o planeta com eventos cada vez mais extremos, de temporais a secas. Um panorama consequente da ganância humana estimulada pelo sistema capitalista, que desmata as florestas e envenena o solo em nome do agronegócio, aliada à especulação imobiliária que gera efeitos destrutivos na geografia das cidades, deixando suas populações cada vez mais vulneráveis. Especialmente, os mais pobres, a classe trabalhadora, indígenas, quilombolas, comunidades ribeirinhas.
A Pública, agência de jornalismo investigativo, revela que por três anos (2020 a 2023) o fenômeno La Niña provocou secas históricas no Sul do Brasil, na Argentina e no Uruguai. E não foi feito nenhum tipo de obra durante aquele período para amenizar os problemas quando as chuvas viessem. Era sabido que elas viriam, assim como sabemos que elas vão embora e a seca pode voltar no segundo semestre com a La Niña.
ESTÁ ANUNCIADO. Se esses problemas não forem devidamente enfrentados, ocorrerão novos desastres na região, com mais alagamentos e pessoas morrendo.
A Pública observa o exemplo da China, que tinha um problema muito grave com enchentes. Nos últimos 15 anos, o país asiático vem tratando dessa questão e criou o programa que eles chamam de “cidades esponjas”, com uma série de obras estruturantes. Isso envolve parques possíveis de serem alagados, pavimento permeável, drenagem.