Desafios da imprensa independente no Brasil

Mais do que nunca, faz-se necessário uma imprensa livre e independente sustentável, capaz de provocar reflexão e conjugar o verbo esperançar como ato de se levantar, ir adiante e mobilizar para transformar o ensinamento carregado de sonhos em ações coletivas.

Como bem disse Lênin, “Não podemos, a menos que tenhamos nos tornado pacifistas ou oportunistas burgueses, esquecer que estamos vivendo numa sociedade de classes da qual não há saída, nem pode haver, salvo pela luta de classes e destruição do poder da classe dominante”. Uma das armas essenciais para manter acesa essa resistência histórica é apostar numa comunicação popular que soletra ao pé da letra a lição do La-Le-Li-Lo-Luta ensinada pelo educador Paulo Freire.

“O Brasil de baixo para cima não pode ser discurso, tem que ser ação cotidiana, prática verdadeira”, reforça o idealizador do programa Cultura Viva e dos Pontos de Cultura, Célio Turino, fazendo coro com a pedagogia da libertação e a imprensa livre, poderosas ferramentas de luta contra a opressão.

A luta pela liberdade que levou Zumbi, Dandara, entre tanta gente brava a enfrentar a opressão ao longo dos tempos, inspira cada reportagem do Coletivo Foque, que se apropria da linguagem para transformar o jornalismo em arma potencialmente revolucionária. Mesmo sob a constante perseguição que tenta calar o jornalismo independente, não nos sujeitamos aos manuais de redação. Nosso grito é um eco das manifestações populares.

Apesar de sermos bombardeados pela máquina de moer informações, estruturalmente gerenciada pelos mercadores de notícias bancados pelo grande capital, cantamos alto e bom som a canção dos Engenheiros do Hawaii: “Mas nós vibramos em outra frequência”. Pois é, “seria mais fácil fazer como todo mundo faz, o caminho mais curto, produto que rende mais”, contudo, não pretendemos ser essa máquina de representar, que reproduz “negociantes de frases” a serviço da burguesia, como afirmou Balzac lá no século XIX.

Mesmo com tantas pedras no meio do caminho não deixamos de lançar nosso grito de indignação diante de toda injustiça social. Mesmo com todas as nossas limitações estruturais, isso não nos torna menor. Somos operários da informação, profissionais que têm o sonho de trabalhar para mudar o mundo. A vocação desse sonho materializa-se neste coletivo.

Enquanto o nosso jornalismo militante agoniza em praça pública, meia dúzia de famílias seguem controlando a mídia no Brasil. Enquanto enfrentamos todo tipo de dificuldade para colocar nossa imprensa livre na rua, o bloco formado por Globo, Record, Band, SBT entram na casa de 99,9% dos brasileiros com a manipulação midiática que é “a boca do capital financeiro”, como afirma o sociólogo Jessé Souza. Para isso, os donos dessas mídias contam com os favores dos governos e os milhões da publicidade. O COLETIVO FOQUE JAMAIS SERÁ ESSA MÍDIA “LACAIA DO MERCADO” que legitima a corrupção e distorce a nossa realidade com suas mentiras.

NÃO TEMOS O FINANCIAMENTO DO GRANDE CAPITAL. Nem de partidos, nem de igreja, nem de governo, nem de bancos ou da publicidade. Não somos negociadores de notícias. Sobrevivemos do nosso trabalho, prestando serviços de assessoria de comunicação, oficina, audiovisual, fotografia. Embarque nesse coletivo e ajude a fortalecer a imprensa livre e independente.

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