Crise diplomática: tensão entre Brasil e Nicarágua





O presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, expulsou nesta semana do seu país o embaixador brasileiro Breno de Souza alegando a sua ausência no aniversário da Revolução que, em 1979, derrubou a ditadura de 40 anos da família Somoza.

Assim sendo, as relações diplomáticas entre os países ficaram machucadas e o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva não teve outra alternativa senão fazer o mesmo, Nesta quinta-feira, 8 de agosto, a embaixadora da Nicarágua Fulvia Patricia Castro Matus também foi expulsa do Brasil.

Daniel Ortega alegou que ficou aborrecido com a ausência do embaixador brasileiro e não gostou nada do que ele fez. Podia ter ao menos comparecido por alguns momentos para demonstrar boas relações, mas sequer informou que não podia ir ao evento, mesmo morando na capital do país, Manágua.

A relação entre os dois países já vinha ferida há alguns meses, desde que o presidente Lula prometeu ao Papa Francisco interceder a favor da libertação de um bispo que havia sido preso pelas autoridades nicaraguenses. Por mais que Lula tenha insistido em falar sobre este assunto com Ortega pelo telefone, o presidente da Nicarágua não retornou às suas ligações fazendo pouco caso com o pedido do Papa e do presidente brasileiro, que com o seu jeito pacífico de intermediar problemas políticos de outros países tentou o diálogo várias vezes.

Os brasileiros e nicaraguenses residentes nos países da discórdia não precisam se preocupar, pois haverá em cada país um funcionário da embaixada que intermediará as suas relações diplomáticas, apoiando sempre os cidadãos que não têm culpa da confusão envolvendo os dois presidentes que se desentenderam.

O presidente Lula gosta sempre de intermediar questões difíceis e, com o seu jeitinho de manter boas relações com políticos do mundo inteiro, fez essa promessa ao Papa, todavia, parece que as coisas se complicaram mais ainda.

Na Nicarágua, a oposição vem sofrendo perseguições e prisões políticas por parte do governo de Daniel Ortega, que sofre críticas dos Estados Unidos e de organizações de direitos humanos. O bispo católico Rolando Álvarez, de Matagalpa, foi condenado a 26 anos de prisão por conspiração e divulgação de notícias falsas, conforme conta o governo da Nicarágua. Junto com ele, 119 pessoas foram presas também mesmo após julgamentos injustos.

O bispo foi expulso da Nicarágua depois de toda confusão e, assim, o trabalho do presidente Lula não foi em vão, mesmo não tendo as suas ligações e apelos atendidos por Daniel Ortega.

A Nicarágua vem sofrendo sanções econômicas faz algum tempo, principalmente dos Estados Unidos, onde o imperialismo mantém dezenas detidos na prisão de Guantánamo sob pretexto da guerra contra o terrorismo, num desrespeito, também, aos direitos humanos.

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