Audiovisual potiguar aprova sugestões para edital estadual

Foto: Rogério Marques / Coletivo Foque

Na manhã desta sexta-feira (24/3) o setor audiovisual potiguar se reuniu numa plenária, que aconteceu no auditório do Complexo Cultural Rampa, para tratar sobre o edital estadual que será lançado pela Fundação José Augusto.

Logo no início do encontro foi apresentado um vídeo enviado pela secretária extraordinária da cultura, Mary Land Brito, que se encontra em um evento no Rio de Janeiro e mandou um recado para os participantes. A secretária comentou sobre a importância da Lei Paulo Gustavo que destina R$ 3,862 bilhões a estados, municípios e ao Distrito Federal para aplicação no setor cultural. Desse montante, o Rio Grande do Norte vai receber do Governo Federal 43 milhões, sendo 11 milhões para outras expressões artísticas e o restante para o audiovisual.
Mary Land informou que há recursos no valor de 4 milhões e meio indicado para sala de cinema. A partir disso, ela apontou a possibilidade de batalhar para ter uma sala de cinema pública, com preços bem acessíveis, para exibição de filmes comerciais e também destinada ao circuito de filmes de arte e para a comunidade audiovisual do Rio Grande do Norte lançar as produções locais. Ela explicou que, possivelmente, em abril sai a regulamentação da Lei Paulo Gustavo. A partir daí os estados e municípios terão cerca de dois meses para entregar seus planos de trabalho e em seguida executar a etapa de operacionalização.
Quanto ao edital estadual, a secretária extraordinária da cultura afirmou que já está garantido um milhão de reais, sendo 500 mil com emenda da deputada federal Natália Bonavides mais 500 mil da cota do Governo do Estado. “Esse encontro do audiovisual é essencial para ajudar na construção desse documento”, disse Mary Land referindo-se à minuta de edital que deve passar por uma consulta pública. Lembrando que esse recurso de um milhão deve ser distribuído de forma equilibrada entre a capital Natal e as cidades do interior do Estado.
Todas as produções audiovisuais deverão incluir recursos de acessibilidade, como Libras (Língua Brasileira de Sinais) e legenda descritiva. Além da participação de estagiários nas equipes. Formação, circulação, exibição e as políticas afirmativas foram apontadas como questões indispensáveis nesse debate junto ao setor e que precisam de apoio e investimento público. “A intenção é que a gente lance esse edital ainda nesse primeiro semestre”, declarou Mary Land.
“Fico muito empolgada quando vejo o setor auto-organizado, se reunindo, se organizando, eu digo que o audiovisual é um exemplo muito grande dessa resistência”, disse a vereadora Brisa Bracchi que esteve presente no evento e declarou compromisso com a pauta do setor.
Adler Barros, da Fundação José Augusto, esclareceu que o setor de Identidade e Diversidade Cultural do qual faz parte tem a “missão de sensibilizar, tanto no estado como as secretarias municipais de cultura, a estabelecer nas suas políticas culturais, a inclusão de povos das comunidades tradicionais, quilombolas, terreiros, ciganos, de mulheres da juventude, Pessoas com Deficiência”, a exemplo dos editais públicos que já tornam obrigatórias essas políticas afirmativas.
O multiartista Preciawá Porãngueté avalia que a plenária aconteceu com o propósito de uma construção coletiva para a pauta do novo edital de audiovisual do Governo do Estado. “Esse encaminhamento é um processo conversado há cerca de 12 meses na plenária que aconteceu no memorial Câmara Cascudo, em 2021”. Ele conta que na ocasião diversas representatividades do setor estiveram presentes, como produtoras e produtores de cinema, redes e outras representações. Além da presença de gestores e representantes de mandatos, como a Deputada Isolda e a própria vereadora Brisa Brachi, a articulação ANIAC, Coletivo Foque, Rede Pindorama, Casa de Praia Filmes, Caboré, entre muitos.
Porãngueté informa ainda que a plenária construiu valores específicos para as categorias curta metragem, seriado, entre outras, mas com uma reflexão sobre a contemplação das regionalidades e dos territórios do RN. Na sua opinião, um avanço importante. “As políticas afirmativas serão contempladas com cotas específicas e parte da equipe técnica pertencer aos seguimentos dessas políticas, como contrapartidas, envolvendo a inclusão de estudantes do audiovisual como estagiários nas equipes técnicas. Todas as propostas foram voltadas e amplamente debatidas pelos representantes da sociedade civil”.
Agora, o documento com as propostas aprovadas na Plenária segue para a Secretaria Extraordinária de Cultura e a Fundação José Augusto para avaliação e lançamento do edital.
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