
O cinema de resistência cumpre um papel essencial no fortalecimento da diversidade impulsionada pelas políticas afirmativas.
O roteiro que sonha filmes como território e lugar de fala torna o audiovisual mais representativo diante de um cinema que, historicamente, exclui narrativas que desafiam estruturas convencionais de dominação. Daí, a urgência de promover cada vez mais as políticas de reparação histórica para garantir uma cadeia produtiva cultural que reflita a diversidade.
O acesso aos meios de produção a partir das redes de apoio e políticas de fomento, a exemplo dos editais Paulo Gustavo e Aldir Blanc, permite contar histórias antes silenciadas nas telas de cinema. Nesse contexto de possibilidades, as políticas afirmativas registram experiências coletivas que demonstram concretamente a força dessas ações no setor audiovisual, ampliando a participação de grupos excluídos ao longo do tempo, como a população negra, indígena, LGBTQIAPN+, mulheres e pessoas com deficiência.
Assim como o território potiguara Katu, a comunidade quilombola Gameleira de Baixo [São Tomé/RN] compõe a diversidade que sonha ver nas telas o cinema vivido, que conta a história ancestral e faz valer a memória de Gídeo Véio, que na sua juventude enfrentou senhores de escravos e a opressão de uma sociedade e cultura escravista.
A guerra interminável continua violentando direitos humanos em aldeias, quilombos, territórios atacados pelos cascos de cavalo da colonização. Assim, à luz do cinema, a memória vai tirando a espinha da garganta e recuperando acontecimentos desaparecidos da história oficial.
O roteiro de um filme precisa entrar em movimento / Andar para além das curvas da estrada e do rio / Correr lugares / Atravessar narrativas / Pulsar com o pulso do outro / Fazer das pegadas as entrelinhas do texto