“Negociam nossas vidas como se nossas vidas não sejam nada”

O protesto de Zuleide Bezerra, do povo Tapuia Tarairiú da Lagoa do Tapará, município de Macaíba, denuncia a violenta política do governo Bolsonaro contra os povos indígenas no Brasil. Uma cruel realidade que retrocede ao período da colonização.
O Ato “Levante pela Terra”, ocorrido na tarde desta quarta-feira (30/6) na praça dos Três Poderes em Natal (RN), reuniu etnias de várias regiões do estado, além do povo Warao da Venezuela. Roda de conversa, Toré e muito protesto deram o tom da manifestação contra o Marco Temporal, que desrespeita direitos indígenas fundamentais como a demarcação de terras ancestrais. Mais do que omissão o governo federal favorece os incêndios florestais e a violência praticada por mineradoras, madeireiras e o garimpo contra os povos originários.
Há mais de 180 medidas anti-indígenas no Congresso Nacional defendidas pela bancada governista e ruralistas que promovem o retrocesso com a retirada de direitos conquistados ao longo do tempo. A permanente mobilização nacional do movimento indígena contra mais um genocídio retrata a histórica luta dos verdadeiros donos da terra. Uma demonstração da força ancestral que “traz no peito o cheiro e a cor de sua terra, a marca de sangue dos seus mortos, e a certeza de luta de seus vivos”, como disse François Silvestre, poeta e escritor potiguar.
O RN é o único estado Brasileiro sem terra demarcada