
Ao refletir sobre intolerância, um vírus já bem conhecido no país chamado Brasil, mergulhamos em um passado muito parecido com o atual cenário em que vive o povo brasileiro.
Opressão contra tudo e todos que pensam o mundo de uma forma diferente de quem governa o país. Esse é o perfil cruel dos ditadores que veneram o ódio e marcam a classe trabalhadora a ferro e fogo. Ao mesmo tempo que põe fim à cultura, às liberdades civis e aos direitos humanos essenciais para viver com dignidade. Direitos, diga-se de passagem, conquistados com muita luta ao longo do tempo.
Questões como o racismo [sintoma de uma escravidão que perdura até os dias de hoje na terra do pau-brasil] ainda são tratadas com naturalidade por conta da intolerância. A antropóloga Lilia Schwarcz lembra que o Brasil recebeu quase metade dos africanos que foram retirados forçosamente do seu continente. Para ela o nosso país segue praticando o racismo estrutural.
Ataques e ameaças contra a população negra e LGBT, os povos indígenas, as mulheres, são praticados e incentivados pelo governo Bolsonaro e seguidos à risca por seus aliados que fazem do autoritarismo uma arma letal. Uma situação que se complicou ainda mais na pandemia. Vale lembrar também que o presidente genocida ganhou a eleição fugindo do debate e tendo como base eleitoral uma avalanche de mentiras propagandeadas pelas fake News. Portanto, o populista Bolsonaro está colocando em prática o seu discurso de campanha e fazendo do Palácio da Alvorada um patrimônio pessoal que é repartido com seu grupo político.
Porém, é preciso recordar que esse governo é apenas um entre tantos intolerantes que já fizeram da faixa presidencial o passe para sentirem-se donos do país. Desde a invasão dos colonizadores o Brasil vive uma história de golpes. Nesse mapa da intolerância encharcado de ódio e autoritarismo, cientistas, jornalistas, artistas, movimentos populares, não têm vez nem voz. O resultado é aumento das desigualdades e tragédias como a crescente miséria e o genocídio em meio à pandemia da Covid-19.
Resta o batuque do protesto para manter a resistência e as bandeiras de luta na rua. A nossa imprensa livre está sempre junto para contar a verdadeira história do povo e ajudar a combater toda forma de intolerância. Para isso, vamos continuar ocupando a web e a rua para juntar o grito dos excluídos através de um jornalismo independente e mais acessível.
Apesar do luto, é preciso estar atento e forte, exigir respeito e debater sobre a diversidade até vencer a intolerância e o autoritarismo que mata pessoas aos milhões e milhões. A sociedade com igualdade e justiça social é um sonho coletivo que vale a pena sonhar, como desabafou o cantador Raul dos Santos Seixas, “sonho que se sonha junto é realidade”.