
A imprensa livre e independente não pode se omitir diante do genocídio contra o povo palestino. Por isso, o Coletivo Foque faz coro com o rap do Gíria Vermelha que dá título a essa matéria.
Enquanto a Globo e o resta da mídia lacaia do mercado só fala em “grupo terrorista Hamas”, Israel joga suas bombas sobre a cabeça do povo palestino. Na madrugada da segunda-feira [07/04] uma tenda de imprensa no Hospital Nasser foi bombardeada na cidade de Khan Younis, no Sul da faixa de Gaza. Na ocasião, ao menos dois jornalistas, Ahmad Mansour e Helmi Al-Faqawi, morreram queimados. Outros sete repórteres ficaram feridos: Hassan Aslih, Ahmad al-Agha, Mohammed Fayek, Abdullah al-Attar, Ihab Al-Bardini e Mahmoud Awad, segundo o Sindicato de jornalistas palestinos.
“O Sindicato dos Jornalistas Palestinos condenou fortemente, nos termos mais severos, esse massacre terrível, que custou a vida do jornalista Helmi Al-Faqaawi (Palestine Today TV), como resultado do bombardeio da tenda que pegou fogo”, disse a entidade de classe.
Segundo o Comitê de Proteção a Jornalistas, desde o começo do conflito, 166 jornalistas foram mortos em Gaza. Outras fontes indicam mais de 200 mortes. Em 2023, cerca de 75% dos jornalistas mortos no mundo foram vítimas da ofensiva na Palestina. Em março de 2024, a ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF) denunciou que, em cinco meses, ao menos 103 jornalistas foram mortos em Gaza por ataques israelenses, incluindo pelo menos 22 no exercício de suas funções.
Historicamente, é sabido que ditadores odeiam a imprensa popular que diariamente denuncia seus crimes para todo o mundo. Por causa disso, jornalistas palestinos que denunciam o genocídio contra o povo palestino são perseguidos e assassinatos pelo estado de Israel, que tenta promover um “apagão informativo” no território palestino.
Genocídio
Desde a retomada dos bombardeios em 18 de março, após dois meses de relativa calmaria, os ataques israelenses já deixaram 1.300 mortos e 3.400 feridos em Gaza. Dados do Ministério da Saúde local revelam que, apenas nas últimas três semanas, 505 crianças perderam a vida e outras 1.200 foram feridas no conflito.
O Hospital Nasser, onde os jornalistas estavam acampados, vem funcionando no limite de sua capacidade desde o início da ofensiva militar israelense. A comunidade internacional tem alertado para a gravidade da crise humanitária na região, onde a população civil enfrenta escassez de alimentos, medicamentos e abrigo seguro.
É preciso lembrar que os palestinos, especialmente crianças, estão expostos à desnutrição, bem como à disseminação de diarreia, doenças de pele e outras epidemias. O cenário é provocado pelo bloqueio à entrada de qualquer ajuda humanitária.
Diante das crueldades cometidas por Israel em sua onda de limpeza étnica contra o povo palestino, faz-se necessário que a comunidade internacional e a ONU tomem posições concretas de punição contra os responsáveis por esse genocídio sem fim.
Com informações da Agência Brasil, CSP-Conlutas, Federação Árabe Palestina do Brasil, Intervozes