A salada eleitoral que envenena a população na caça ao voto ignora a bruta realidade que se alastra entre a cidade e o campo.
O território Potiguara Katu, situado entre os municípios de Canguaretama e Goianinha, no Rio Grande do Norte, é mais uma vítima da ganância capitalista que toca fogo na floresta em meio ao sacrifício da mãe terra e do seu povo ancestral. Um crime que só produz lucro ao agronegócio, inimigo declarado da natureza.
A mata em chamas é o resultado de práticas criminosas que tomam conta do território brasileiro, a exemplo dos focos do incêndio que esparramou suas labaredas contra o povo Potiguara Katu essa semana. A resistência dos parentes junto à ação do Corpo de Bombeiros e apoio da defesa civil conseguiram combater o fogo que passou do canavial para a cana. Mais uma ação perversa que repete a cada dia a queima de florestas Brasil afora. São incêndios que se perpetuam e aprofundam a degradação ambiental.
Enquanto isso, sob a fumaça que polui o ar e o azul do céu, as queimadas devastam matas e cobrem as cidades de fuligem irrespirável, bem debaixo do nariz de governantes que apontam as regras de austeridade fiscal como justificativa pela falta de recursos necessários para combater os desastres ambientais. Bela desculpa para mascarar a ineficiência da política ambiental brasileira.
Vale lembrar que a pena máxima para a maioria dos crimes ambientais é de quatro anos de prisão, que muitas vezes é convertida em cesta básica. Um estímulo à impunidade de crimes que lucram a cada incêndio sem temer punição.
Dados das últimas duas décadas revelam uma queda drástica dos recursos destinados ao Ministério do Meio Ambiente.
As queimadas que aprofundam cada vez mais a crise ambiental são sintomas marcantes do capitalismo neoliberal e seu projeto de desmonte do estado, uma lógica destrutiva que tem na questão ambiental o principal destruidor do planeta que é o agronegócio.
