8 de Março: Pela vida das mulheres e combate ao machismo!

 

Neste 8 de março, Dia Internacional de Luta das Mulheres, as ruas serão ocupadas pelas bandeiras contra o machismo, o feminicídio e o combate a toda forma de violência.

EM NATAL, o ato terá início às 14h30 em frente ao Banco do Brasil (Avenida Rio Branco no centro de Natal/RN). Junte-se a mais essa mobilização pela vida das mulheres e por igualdade de gênero. Tanto no mercado formal como informal do trabalho as mulheres ganham menos em comparação aos homens e têm menos oportunidades de emprego e renda.
Motivos para lutar não faltam e não são poucos. Dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), mostram que em novembro de 2023 o mercado formal com carteira assinada teve uma defasagem de 10%. Nos postos de trabalho que solicitam ensino superior, a diferença chega a 29,3%. Enquanto homens recebem, em média, R$ 5.052, mulheres ganham R$ 3.570. Isso equivale a mais de um salário-mínimo a menos no bolso das mulheres: R$ 1.482.
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na comparação com os homens, as mulheres são ainda mais discriminadas, tanto no valor pago sobre a sua mão de obra como nas oportunidades de emprego. “A variação percentual dos salários das mulheres às vezes sobe um ponto, ou meio, e depende muito também do momento do mercado de trabalho, porque, claro, tem diferença maior na informalidade. Se o mercado de trabalho está mais informal, por conta própria, a diferença tende a aumentar, em média”, explica a economista e pesquisadora da Unicamp, Marilane Teixeira, que estuda o mercado de trabalho há 20 anos.
O último dado da PNAD Contínua referente ao quarto trimestre de 2023, mostra que a taxa de participação das mulheres no mercado de trabalho está em torno de 52,7%. Ou seja, para cada 100 pessoas em idade ativa, acima de 14 anos, tem 52,7 mulheres no mercado de trabalho, enquanto que entre os homens o percentual é de 72,3%. Uma diferença de quase 20%. A diferença é bem maior nas regiões Norte e Nordeste, enquanto no Distrito Federal, a participação feminina no mercado de trabalho é maior, em função do número de mulheres que atuam no funcionalismo público. “No Acre, a participação feminina é só de 38,7%, em Alagoas apenas 41,4%, Rondônia, 42,8%, Paraíba, 43,3%, e o maior índice é no Distrito Federal com 61,7%”, afirma Marilane Teixeira.
A população feminina fora da força de trabalho equivale a 42 milhões de mulheres, um número bem expressivo em contrapartida aos homens que é de 23 milhões. A taxa de desemprego para as mulheres está em torno de 9,2%, enquanto que para os homens a taxa é 6.0%. No caso das mulheres negras é ainda maior, de 11,1%.
O rendimento médio mensal das mulheres (R$ 2.562) no 4º trimestre de 2023 foi 22,3%, menor do que o recebido pelos homens (R$ 3.323). Entre todas as ocupadas, 39,9% recebiam no máximo um salário mínimo e, entre as negras, metade ganhava até esse valor (49,4%), enquanto essa proporção era de 29,1% entre as não negras e de 29,8% entre os homens. Já entre aqueles que terminaram o ensino superior, elas ganhavam, em média, R$ 4.701, isto é, 35,5% a menos do que eles (R$ 7.283).
Esses dados foram divulgados nesta quarta-feira (06/3) pelo Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas Socioeconômicas (Dieese), no “Boletim Mulheres no mercado de trabalho: desafios e desigualdades constantes”. Para conhecer os dados completos do boletim, clique aqui
O Dieese também lançou o “Infográfico Brasil e regiões: Mulheres – inserção no mercado de trabalho“, que pode ser acessado aqui.
Os dois trabalhos têm como base de dados a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do IBGE.

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