Em meio ao descontentamento geral, o funcionalismo público federal de todo o país realiza nesta quinta-feira (10/8/) mais um dia de luta para cobrar do governo Lula avanço na Mesa Nacional de Negociação Permanente (MNNP), que trata da Campanha Salarial 2024 e tem reunião marcada para este dia de mobilizações.
As diversas categorias do funcionalismo público apresentaram ao governo federal uma pauta unificada que inclui recomposição salarial e reestruturação das carreiras. Segundo o Fonasefe (Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores), na prática, tem havido pouca abertura do governo para atender as reivindicações apresentadas pelo conjunto das categorias do serviço público federal. Entre as reclamações estão reuniões desmarcadas e descaso com os inúmeros problemas enfrentados, como a revogação de medidas tomadas pelo governo Bolsonaro contra o funcionalismo e os serviços públicos, ataques ao direito de greve e determinação de desconto de salário.
De acordo com as entidades sindicais, a demora em apresentar uma proposta de reposição salarial pode afetar a recomposição dos salários no próximo ano, já que há prazos legais para a aprovação da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias).
O Fonasefe propõe reuniões semanais para tratas sobre as questões que não tenham impactos financeiros. Além de cobrar um cronograma de reuniões com assinaturas de protocolos com o que for acordado.
Daí, a importância de realizar neste dia 10 de agosto paralisações com atos públicos, passeatas, carreatas, cafés coletivos. “É preciso organizar uma forte mobilização, real e pela base, e que todas as direções das entidades do funcionalismo federal se comprometam com esse processo. O primeiro passo é compreender que esse governo não está comprometido com nossos interesses e que só a luta com independência de classe poderá forçá-lo ao atendimento de nossa pauta”, Afirma Paulo Barela, da CSP-Conlutas.
O dirigente da Central Sindical e Popular acrescenta que, “as ilusões de que basta ter uma dinâmica de mesas de negociação permanentes não ajudam no convencimento da base e levarão a frustrações”. Na sua opinião, não é possível combinar as necessidades da categoria com apoio ao governo Lula. “Portanto, é fundamental organizar as mobilizações propostas pelo Fonasefe, mas, desde já, preparar a categoria para um processo mais radical e a perspectiva de uma greve nacional no setor”, avaliou.
Para discutir e reforçar a Campanha Salarial, o Sinasefe Natal realiza nesta quinta-feira uma Assembleia Geral, às 9h30, que inclui também na pauta a escolha de delegados/as para a 182ª Plenária do Sinasefe.
