“O que é lugar de fala?”

por TÁLLISON FERREIRA // filósofo, professor, poeta

Djamila Ribeiro nos faz refletir a importância de construirmos vias que permitam aos marginalizados, discriminados, excluídos e colocados numa condição inferior contarem a própria história. Na narrativa de cada pessoa, povo, comunidade ou movimento, os clamores e os anseios precisam ser não só ouvidos, mas escutados; jamais ignorados.

No Brasil, negros (homens e mulheres), indígenas, homossexuais (LGBTQIA+), pobres, minorias, etc., continuam sendo silenciados por um sistema que insiste em ignorar a existência de preconceitos (os mais diversos possíveis) que destroem subjetividades e aniquilam espaços de fala. Independentemente da cor, credo, gênero ou condição social, “todo mundo tem lugar de fala” (RIBEIRO, 2021, p.81), e fala de onde está.

O lugar de fala diz respeito à realidade social em que vive o sujeito que fala tendo em vista o reconhecimento do próprio discurso (RIBEIRO, 2021). Nessa perspectiva, é preciso ampliar investimentos em políticas públicas que garantam a essas pessoas, espaços onde as tornem visíveis os seus discursos, para que, no cumprimento dos deveres, os seus direitos não sejam violados ou retidos.

LIÇÃO

Cada pessoa tem direito à fala e a condição social não determina a consciência ou a capacidade reflexiva de cada indivíduo. A quebra de preconceito é uma das principais chaves para quem deseja construir uma sociedade mais acolhedora e, minimamente, equitativa.

INSPIRAÇÃO TEÓRICA

RIBEIRO, Djamila. Lugar de Fala. São Paulo: Sueli Carneiro; Editora Jandaíra, 2021.

TÁLLISON FERREIRA — Graduado em Filosofia pela Faculdade Dom Heitor Sales (FAHS), Especialista em História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena pelo Centro Universitário Internacional (UNINTER), Especialista em Salesianidade pela Faculdade Católica Dom Bosco (UCDB), Mestre em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Pesquisador no Grupo de Estudos da Complexidade Edgar Morin (GRECOM/UFRN-Natal), Membro da Sociedade dos Poetas Vivos e Afins do Rio Grande do Norte (SPVA/RN) e Acadêmico da Academia Assuense de Letras (AAL).

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