Fotografia: Rogério Marques

Enquanto aguarda a reunião com o prefeito Álvaro Dias para discutir a pauta da greve iniciada em 11 de abril, trabalhadores da saúde de Natal realizaram mais um ato público do movimento “UPAs na luta!”

Na manhã desta quinta-feira (28/4) a manifestação ocorreu em frente à UPA Potengi, na zona norte da capital. Durante o ato público foi denunciado que nas unidades básicas faltam materiais essenciais como gaze para fazer um curativo e material para o dentista fazer a medicação. “No hospital municipal falta leito, falta material na UTI”. Diante de tanto descaso com a saúde pública pacientes ficam tumultuados nas UPAs. “A culpa não é da enfermagem, a culpa é da gestão, a culpa é de Álvaro Dias que não dá condição de trabalho e nem onde colocar os pacientes”.
No seu relato a técnica de enfermagem desabafa que trabalha sobrecarregada. “A gente não é super herói, a gente é ser humano. O paciente fica desassistido não é porque eu sou imprudente, é porque não tenho condições de trabalho”. Segundo o Sindsaude/RN, na prefeitura existe o chamado cadastro de reserva, “são pessoas que fizeram concurso, foram aprovados e estão aguardando serem chamados”.
O assédio moral que já é uma constante no ambiente de trabalho tem se intensificado na greve que é um instrumento legítimo de luta. Nesse momento, a paralisação em defesa da saúde pública de qualidade e valorização profissional ocorre devido a quase uma década sem reajuste salarial, gratificações cortadas e condições totalmente insalubres de trabalho.
Durante a Audiência Pública na Câmara Municipal de Natal, na terça-feira (26/4), para debater a valorização dos trabalhadores da saúde municipal a servidora Cristiane Estevam Martins, que trabalha na Unidade Básica de Saúde do Satélite, denunciou o assédio moral e injúria racial que sofreu no seu local de trabalho. O sindicato informa que a denúncia já foi encaminhada ao Ministério Público e Secretaria Municipal de Saúde. Além de recorrer ao Conselho Regional de Enfermagem (Coren/RN), que concedeu à servidora uma solenidade de desagravo público.
O Sindsaúde/RN afirma que prestou toda solidariedade à Cristiane e repudia qualquer forma de opressão. “Assédio moral e injúria racial são crimes e afetam diretamente a saúde mental dos trabalhadores, que já sofrem com a pressão psicológica diária e a falta de condições de trabalho. Nós exigimos uma posição urgente da Secretaria de Saúde e da prefeitura, que se calam diante das denúncias feitas pelos servidores da saúde”.

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