Fotografia: Lenilton Lima

Os profissionais da educação do município de Natal estão em greve desde o dia 28 de março.

“Até o momento ocorreu uma única audiência na Secretaria de Educação, fruto da pressão da categoria. A secretária Cristina Diniz disse que iria conversar com o prefeito para apresentar uma proposta, mas, o que de fato aconteceu foi a divulgação da gratificação de R$ 12 mil no salário do prefeito Álvaro Dias, que passou de 20 para 32 mil reais. Estendendo a mesma gratificação para os seus secretários, incluindo a secretária de educação”, afirmou a professora Luciana Lima, que trabalha na Escola Municipal Zuleide Fernandes, conjunto Brasil Novo.
Ela explica que os professores em greve reivindicam o cumprimento da Lei do Piso em respeito ao plano de carreira e à lei municipal do reajuste anual que está garantido por lei federal. “Além da equivalência salarial entre ativos e aposentados, o direcionamento dos recursos da educação para sanar os problemas estruturais das unidades de ensino e a realização de concurso público para contratação de professores efetivos”, complementa.
Luciana denuncia que o prefeito Álvaro Dias virou as costas para a categoria. “Não recebeu o sindicato e apresentou à Câmara um projeto de lei que transforma o piso salarial, a lei municipal e o plano de carreira dos profissionais da educação em letra morta. O projeto apresentado pela prefeitura desconsidera a carreira dos professores, criando uma nova fórmula de reajuste que aplica o percentual do piso para os profissionais em início de carreira. Para os demais trabalhadores em educação, esse percentual varia até o limite de manter a diferença salarial já existente. Ou seja, não aplica o reajuste de atualização de acordo com a carreira”.
Na sua avaliação, os vereadores demonstram disposição para apoiar a derrubada do projeto apresentado pela gestão municipal. Para isso, os professores estão acampando em frente à Câmara Municipal de Natal e realizam constantes visitas aos gabinetes em busca desse apoio. “Nossa greve é em defesa da educação pública, por valorização profissional, melhores condições de trabalho e concurso público. Estamos firmes na luta”, Reforça Luciana.
Para o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Rio Grande do Norte (Sinte/RN) o projeto de lei encaminhado pela Prefeitura de Natal visa destruir o Plano de Carreira da Rede Municipal. Em meio à greve, a Frente Parlamentar em Defesa do Servidor e do Serviço Público tenta manter o diálogo no Legislativo com o objetivo de apontar um caminho para as negociações entre categoria e gestão.
A pedido da Prefeitura de Natal, a Justiça do Rio Grande do Norte chegou a determinar a imediata suspensão da greve dos professores da rede municipal de ensino. Porém, a categoria mantém a greve como instrumento de luta para cobrar o cumprimento do reajuste de 33, 24% referente ao piso salarial.

Na manhã desta terça-feira, dia 19, o comando de greve se reúne no Sinte/RN para definir as próximas atividades do movimento. Às 14h30, no auditório do sindicato, será realizada mais uma assembleia da categoria para avaliar o movimento.

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