Servidores federais lançam campanha salarial

Categorias avançam na luta pelo reajuste de 19,99%.

Nesta quarta-feira (16/3) ocorrerá mais um dia de luta com paralisações, assembleias e um ato unificado em Brasília para gritar aos ouvidos do presidente Bolsonaro, que ignora as reivindicações das diversas categorias do serviço público federal. Segundo a CSP-Conlutas, caso as negociações não comecem num prazo de sete dias, o funcionalismo promete mostrar a sua força com uma greve por tempo indeterminado.
No último dia 9 foi lançado o comando de mobilização e construção da greve com o objetivo de organizar a base e fortalecer a luta em todas as regiões do país. Durante a transmissão online de lançamento do comando de greve o representante da CSP-Conlutas, Paulo Barela, falou sobre a importância da construção da campanha salarial diante do cenário atual da pandemia, que agravou as condições de vida da classe trabalhadora. Além disso, com o avanço da invasão russa à Ucrânia e a possibilidade de uma guerra longa, um novo período de carestia pode estar a caminho, fazendo do serviço público uma atividade ainda mais essencial. “É neste cenário que estamos realizando esta mobilização, em um mundo conturbado, o que nos espera daqui pra frente é uma situação de mais carestia” devido à possibilidade da alta do petróleo e de fertilizantes,
Paulo Barela complementou afirmando que num cenário como esse é ainda mais importante a prestação do serviço público. “Estamos vivendo uma situação difícil do ponto de vista da sobrevivência do povo brasileiro, pois a grande maioria está desempregada ou com o salário precarizado”.
Além de exigir a reposição que não ocorre desde 2017, a campanha salarial do funcionalismo busca a valorização do serviço prestado à população. Está em questão, também, a revogação da política de Teto de Gastos e o arquivamento da PEC 32, que ameaça a existência do serviço público para todos.
A Central Sindical e Popular avalia que há recursos para garantir o reajuste a todos os servidores federais e melhorias no serviço prestado à população. “Se olharmos a quantia retirada dos cofres da União para o pagamento da dívida pública, fica evidente a predileção do governo Bolsonaro para atender os anseios dos grandes empresários e banqueiros, enquanto o povo amarga a crise econômica“.
Para o Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe), chegou o momento de intensificar a luta. A entidade sindical explica que “os servidores públicos irão às ruas para exigir a recomposição salarial de 19,99% – referente às perdas dos três anos de governo Bolsonaro – com um ultimato: ou as negociações são abertas, ou no dia 23/03 o serviço público federal vai parar por tempo indeterminado”.
Amauri Fragoso de Medeiros, 1º Tesoureiro do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), explica o artigo 37 no  inciso 10 da Constituição Federal, que trata sobre os salários dos servidores públicos. Esclarece ainda a diferença entre as perdas salariais decorrentes da inflação e da desestruturação de carreira docente. »Confira o vídeo a seguir. 


A CONCENTRAÇÃO DO ATO nesta quarta-feira, dia 16, começa às 9 horas na tenda Espaço do Servidor (entre os blocos C e D da Esplanada dos Ministérios) com passeata a partir das 10 horas rumo ao Ministério da Economia (bloco P da Esplanada dos Ministérios).
A organização do movimento reafirma a necessidade de respeitar os protocolos sanitários de combate à Covid-19, estando em dia com a vacinação, usando máscara, mantendo distanciamento social de pelo menos 1,5m e higienizando as mãos com álcool 70%. Quem estiver com sintomas nos últimos 14 dias antes da viagem ou teve contato com pessoas contaminadas pela Covid-19 deve ficar em casa.

 

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