A luta contra os senhores da guerra e solidariedade ao povo ucraniano

Cartazes com mensagens de solidariedade são afixados na frente da embaixada da Ucrânia em Brasília. Fotografia: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A Rede Sindical Internacional de Solidariedade e Lutas reafirma manifesto pelo fim da invasão russa na Ucrânia e em defesa das liberdades da classe trabalhadora.

Segundo a organização, a guerra “somente beneficia os poderosos, os traficantes de armas e os capitalistas” e que “trabalhadoras e trabalhadores sofrerão morte, privação de liberdade, estupro, saques, destruição. As declarações da rede alertam ainda para as consequências militares e econômicas que vão além do território da Ucrânia”.
Desde o dia 24 de fevereiro as tropas russas avançam a cada dia, atacando instalações militares suspeitas. Há relatos e registros de bombardeios e ataques terrestres em toda a Ucrânia, inclusive na capital Kiev. Apesar das negociações pelo cessar-fogo, áreas residenciais são bombardeadas. De acordo com a ONU, 331 civis ucranianos já morreram desde o começo da guerra. E o número de refugiados também não para de aumentar. Mais de 1 milhão já deixaram suas casas fugindo dos mísseis e tanques de guerra.
Para a organização sindical classista “as ofensivas do governo Putin visam enfraquecer a resistência militar a fim de derrubar o governo Zelensky, que está subordinado aos interesses imperialistas dos EUA, da OTAN e da União Europeia”. Complementa ainda que não dá pra “aceitar a repressão militar de intervenção contra o povo como a Rússia está fazendo, ao mesmo tempo em que é inaceitável abrir qualquer espaço para os agentes do imperialismo que buscam estender o domínio com guerras que garantam lucro e mais poder para os capitalistas”.
Esclarece também que “a invasão militar russa tem consequências dramáticas em termos de deslocamento de pessoas, retrocesso das condições de vida dos trabalhadores e das liberdades sindicais e outras liberdades democráticas”.
Manifestações pelo mundo dizem não à guerra
Em todo o mundo milhares de pessoas protestam contra a invasão russa na Ucrânia, levando para as ruas palavras de ordem como “não à guerra” e “russos vão para casa”. No último fim de semana, França (Paris), Irlanda (Dublin), República Checa (Praga), Inglaterra (Londres), Itália (Roma), Suíça (Zurique) e Letônia (Riga), Estados Unidos (Nova York), Israel (Tel Aviv), Bélgica (Bruxelas), Espanha (Madrid e Barcelona), Macedônia do Norte (Skopje), Alemanha, Bulgária e Montenegro foram palcos de inúmeras manifestações de repúdio à guerra e solidariedade ao povo ucraniano.

No Brasil, o eco dos protestos contra a guerra repercute em todo o país a violência promovida por Vladimir Putin.

Em diversas cidades da Rússia protestos são reprimidos violentamente pelo governo de Putin. No último domingo, mais de 5 mil pessoas foram presas, incluindo a capital Moscou (1.7 mil) e São Petersburgo (750). Estima-se que mais de 13 mil já tenham sido presas durante as manifestações contra a ofensiva russa na Ucrânia. Para reprimir ainda mais o direito à liberdade de expressão foi aprovada, na última semana, uma lei que proíbe as pessoas em território russo chamarem o conflito entre Rússia e Ucrânia de guerra, devendo usar o termo “operação especial na Ucrânia”. Quem se atrever a desrespeitar a nova ordem poderá pegar até 15 ano de prisão.
Cessar fogo
Diante dos fracassos anteriores, representantes dos dois países voltaram a se reunir em Belarus pela terceira vez, nesta segunda-feira (07/3), em mais uma negociação a fim de suspender os ataques para que civis possam deixar o país em segurança. Há relatos que 900 comunidades ucranianas estão sem energia elétrica, água e aquecimento. Cerca de 202 escolas, 34 hospitais e mais de 1.500 edifícios residenciais foram destruídos.
OS CHAMADOS CORREDORES HUMANITÁRIOS, usados ​​para permitir aos civis uma saída segura para escapar da guerra, não é uma concessão, mas uma obrigação legal, estabelecida na 4ª Convenção de Genebra de 1949 e seus protocolos adicionais de 1977. Utilizado pela primeira vez na década de 1990, durante a guerra da Bósnia, na ex-Iugoslávia, quando as Nações Unidas estabeleceram “áreas seguras” para deslocamento de civis das zonas de combate. Desde a primeira tentativa, os tais corredores humanitários são desrespeitados pelos senhores da guerra. Assim, as tentativas do “cessar fogo” seguem sob a mira dos canhões que avançam diante das fracassadas negociações de paz.

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