Fotografia: Rogério Marques/Coletivo Foque

A mais pura expressão cultural nordestina celebrada por brincantes através de um musical lotou o Teatro Riachuelo e encantou gente de todas as idades na capital potiguar, nesta terça [30/11].

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Em cena, artistas que dedicam suas vidas à arte de viver brincando, dançando, cantando, morrendo e ressuscitando como o boi de reis. O espetáculo Aquarela Nordestina dirigido por Diana Fontes foi idealizado pelo escritor, dramaturgo e poeta potiguar Junior Dalberto, que morreu em outubro de 2020, vítima da Covid-19 {Mas, como disse Guimarães Rosa – “O mundo é mágico: as pessoas não morrem, ficam encantadas… a gente morre é para provar que viveu”}.
Os passos e as cantigas da diversidade representada pelo pastoril, o coco, o cordel, o forró, a quadrilha junina, o frevo, a procissão, a feira, foram finalmente aplaudidos e aplaudidas em meio à política [anti]cultural que toma conta do Brasil e traduz a falta de sensibilidade do poder público com a cultura e seus brincantes.
O repertório de raiz, selecionado pelo diretor musical Danilo Guanais, fez bailar os ritmos regionais que contam muitas histórias. “Esse musical vem para retomar a autoestima dos potiguares. É preciso reconhecer a potencialidade dos nossos artistas, do que é produzido aqui. Vamos injetar ânimo nas pessoas, com arte e conhecimento sobre a cultura nordestina”, diz Robson Paiva, produtor do espetáculo.
A peça beneficiada pela Lei de Incentivo à Cultura Djalma Maranhão faz parte da programação do “Natal em Natal” e teve seus ingressos distribuídos gratuitamente. Agora, é preciso que esses fantásticos espetáculos, assim como os folguedos populares, tenham o povão em suas plateias e embarquem em viagens pelo interior do Nordeste fazendo valer a essência da cultura e suas tradições, como bem diz o cantador Milton Nascimento – “Todo artista tem de ir aonde o povo está”.
E como canta o folguedo popular:
Meu São José
Dai-nos licença
Para o Pastoril dançar…

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