Saúde mental em tempos de pandemias e pandemônios

Imagem de Wokandapix por Pixabay 

Sigmund Freud aponta entre os principais temores do ser humano o medo dos fenômenos naturais, o medo de relacionar-se com outros seres humanos e o medo do porvir (FREUD, 1996). Temores bem atuais, em sintonia com a nossa contemporaneidade líquida e da pós-verdade.

 

A contemporaneidade é marcada por competição e conflitos. Vivemos em uma sociedade que em sua quase totalidade é marcada pela hegemonia da economia de mercado, onde se é exigido cada vez mais dos indivíduos que ele seja “normal” – siga as normas, seja capaz de produzir-consumir, tenha um modo de vida condizente com os padrões estabelecidos pelo consumo influenciado pelas mídias. Que seja aceito por familiares, amigos e sociedade, fazendo com que vivamos uma verdadeira esquizofrenia (dividido), sem poder enxergar o todo, vendo apenas sombras da realidade, como na caverna de Platão.
 
Somos “bombardeados” todos os dias por uma série de apelos, sejam comerciais, políticos, religiosos e culturais, numa constante “enxurrada” de “informações” jogadas pela mídia televisiva, redes sociais e outros meios de comunicação social. O indivíduo vê-se, assim: “sufocado, exigido, rotulado, pesado, medido, exigido, vigiado, controlado, cobrado…” Proudhon (1.837) (2008, p. 156): Não é de estranhar que esse indivíduo “cheio de ‘direitos’ e deveres”, vivendo uma vida robotizada se encontre sufocado, vindo a desenvolver uma série de sintomas, tidos como “doenças”, causados por esse modo de vida imposta pelo modo de produção capitalista de mercado ou pelo comunismo estatal.
 
Além da grande crise climática que assola o nosso planeta, trazendo graves ameaças à vida humana, tudo o que é fator desestabilizador da tranquilidade e, consequentemente, da saúde mental humana está em ação nos tempos atuais. Além da insegurança em relação ao futuro com a retração econômica gerada por sucessivos lockdowns, um governo instável e futuro incerto.
 
A saúde mental passa também por reconhecermos que não somos só corpo, mas que também precisamos cuidar da saúde mental, perder o preconceito de buscar ajuda nesse campo, lutar por melhores condições de trabalho, de convivência, assegurar o direito à saúde pública de qualidade para todes.
 
Lutar pelo direito à subsistência digna e ao lazer, saber que além dos profissionais de saúde da área PSI, existem grupos de ajuda mútua que atendem aos mais diversos tipos de problemas mentais, emocionais e de dependências de forma praticamente gratuita (A.A, N.A, N\A, DASA, Al-Anon, Nar-Anon, entre outros). É necessário que ao surgirem os primeiros sinais de adoecimento mental e emocional se reconheça que se tem um problema (1º passo), se procure ajuda (2º passo) e se lute para que TODES tenhamos O DIREITO À VIDA E À VIDA COM DIREITOS.

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