Viva a fotografia!

19 de agosto celebra o Dia Mundial da Fotografia.

Tudo começa com a chegada do daguerreotipo, em 19 de agosto de 1839 na França, primeira máquina fotográfica a ser comercializada.

Método criado por Louis-Jacques-Mandé Daguerre (1787 -1851), que cedeu os direitos autorais em troca de uma pensão vitalícia para ele e o filho do inventor Nicéphore Niépce (1765 – 1833), que trabalhou com Daguerre no desenvolvimento da invenção.
Entre 1826 e 1827, Niépce já havia conseguido criar o que é considerada a primeira fotografia do mundo – “Vista da janela em Le Gras”. Para isso usou a heliografia desenvolvida por ele e que exigia oito horas de exposição solar.
“O analfabeto do futuro não será quem não sabe escrever, e sim quem não sabe fotografar”, afirmou László Moholy-Nagy [fotógrafo, pintor e professor de design da escola Bauhaus]. Atualmente, em pleno século XXI, constatamos que vivemos numa era icônica, um mundo visual em que a imagem é a linguagem que predomina. Ela vence todas as barreiras, pois não está presa a nenhum idioma.
As pinturas rupestres são registros fiéis das manifestações visuais utilizadas pelas primeiras civilizações na tentativa de se comunicar. A invenção da fotografia veio valorizar ainda mais as possibilidades da imagem como instrumento da comunicação juntamente com a palavra.
Historicamente, a comunicação visual cumpre importante papel enquanto discurso cultural, político, econômico e social, traduzindo ideologias e interferindo na evolução do homem e na transformação da sociedade. A fotografia está constantemente criando conceitos e descrevendo fatos. Ela cumpre importante papel na comunicação. Não apenas como mera ilustração, mas como discurso paralelo, transversal, próprio. Portanto, a necessidade de ser um recurso permanente na informação. 

Qual a importância da fotografia na imprensa?

Essa indagação nos remete para a necessidade de desvelar tão importante papel do fotojornalismo. A imagem como informação tem sido utilizada por veículos de comunicação de todos os cantos do mundo. Ao iniciar sua aparição na imprensa, a fotografia era submetida ao texto. Atualmente, ocupa lugar de destaque, seja qual for o meio de comunicação.
Em 4 de março de 1880, o jornal norte-americano Daily Herald publica a primeira foto de imprensa (BITTAR, 1999). Desde quando o jornalismo decidiu usar a imagem para enunciar fatos históricos, a fotografia deixou de ser um apêndice da palavra escrita para assumir um discurso paralelo.
Conhecer esse processo revolucionário de olhar a realidade descrita na fotografia nos causou o interesse pelo estudo do fotojornalismo. Repórteres fotográficos como Robert Capa e Cartier-Bresson registraram acontecimentos que marcaram a história da humanidade. Logo após a Segunda Guerra Mundial foi criada a Magnum Photos. O objetivo era fornecer fotografias para empresas jornalísticas espalhadas pelo planeta.
Na rotina das redações, a fotografia se apresenta como narrativa para o leitor. A partir do fotojornalismo a imprensa ganhou muito mais importância com as imagens retratando a realidade e emocionando as pessoas.
A fotografia na imprensa representa um dado histórico-social muito importante através do registro cotidiano pelo repórter fotográfico. Testemunha ocular da notícia, esse profissional do jornalismo é responsável pela transmissão do mundo através do seu olhar atento. Tão imenso poder da imagem fez mudar a opinião pública mundial sobre a guerra do Vietnã, quando foram mostradas imagens de atrocidades cometidas pelo exército americano. O mesmo ocorreu quando a imprensa publicou fotos de presos iraquianos torturados por soldados inimigos. A revelação dessas imagens repercutiu mundialmente contra as tropas invasoras no Iraque.
A imagem é um texto não verbal que pode evidenciar muito mais informação do que costumamos ver. Como bem diz o repórter fotográfico João Bittar: “Se não vale mil palavras, a imagem evoca mil lembranças”.
O mundo da fotografia ultrapassa a contemplação do olhar e nos remete para a recepção de amplos sentidos, onde o espectador/leitor pode refletir fragmentos da realidade que ajudam a ver e a pensar.
O Coletivo Foque utiliza a câmera fotográfica como ferramenta voltada para a denúncia e o registro etnográfico a serviço dos direitos humanos.
Viva a Fotografia!

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