Lembro muito bem que cresci junto com a magia e o encantamento das histórias em quadrinhos, essa “LITERATURA AO QUADRADO” conforme a expressão adotada pelos jovens escribas.

Chegava a chorar para a minha saudosa mãe, Dona Isaura, ler as revistinhas enquanto me balançava na rede até pegar no sono embalado pelo fantástico mundo dos quadrinhos. Pouco a pouco, essa fabulosa literatura foi me ensinado os primeiros passos da leitura, sendo responsável pelo predileto gosto de ler, ler, ler até nunca mais parar.
Os quadrinhos me fizeram desarnar ainda o traço que passou a encher cadernos e mais cadernos de desenhos, tal qual as históricas pinturas nas cavernas que serviram para “alfabetizar” as primeiras civilizações.
Até hoje não me sai da cabeça cenas da infância na casa da rua Rui Barbosa, em Macau, quando sentava diante da mesa na grande sala de janelão aberto e ficava horas a desenhar, sendo guiado tão somente pela imaginação.
Leituras deliciosas de gibis – dos super-heróis aos clássicos de Hannah-Barbera [como a Corrida Maluca de carros engraçados e personagens como o Dick Vigarista]; as tirinhas de Mafalda [uma menina preocupada com a humanidade] criada pelo cartunista Quino; além de Charlie Brown, seu amigo Lino e o cão Snoopy [criação do cartunista Charles Schulz].
Mais na frente passei a conviver com as fabulosas tirinhas através de cartunistas como Henfil e seus personagens engajados na luta pelo fim da ditadura militar [Fradim, Zeferino, Graúna, Orelana e Ubaldo]; a turma do Pasquim com Ziraldo, Jaguar; e a charge militante de Laerte, Ota, Glauco e Angeli [fundadores da revista Chiclete com Banana].
E mais uma turma de talentosos criadores potiguares – Emanuel Amaral [um dos fundadores do Grupo de Pesquisas e Estudo de Histórias em Quadrinhos (GRUPEHQ), responsável pela criação de revistas como Igapó e Maturi], Aucides Sales [que passou a ilustrar a história do RN], Gilvan Lira, Gio, Claudio Oliveira, Edmar Viana [criador do personagem Pivete que dava voz à crítica social], Ivan Cabral, Antônio Amâncio [macauense com vários prêmios nacionais e internacionais em salões de humor, com charges publicadas na revista Veja, Caros Amigos, Revista da Semana e O Pasquim 21, além da imprensa sindical], colaborador e parceiro do Coletivo Foque, assim como o ilustrador e chargista Rodrigo Brum.
Horas Escuras, Leander Moura/Cristal Moura
Essa matéria é muito pequena para caber tantas gerações de quadrinistas, como Wanderline Freitas e Leander Moura, que não se cansam de presentear os leitores com a linguagem dos quadrinhos que vai de romances ilustrados a histórias de terror.
Conhecidos como cartunistas, ilustradores, chargistas, quadrinistas, o traço de cada um desses artistas visuais é o fio da meada para contar histórias através do mundo encantado dos quadrinhos.

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