“Negociam nossas vidas como se nossas vidas não sejam nada”

Reprodução do vídeo de @ridoceu durante Ato no centro de Natal
O protesto de Zuleide Bezerra, do povo Tapuia Tarairiú da Lagoa do Tapará, município de Macaíba, denuncia a violenta política do governo Bolsonaro contra os povos indígenas no Brasil. Uma cruel realidade que retrocede ao período da colonização.
O Ato “Levante pela Terra”, ocorrido na tarde desta quarta-feira (30/6) na praça dos Três Poderes em Natal (RN), reuniu etnias de várias regiões do estado, além do povo Warao da Venezuela. Roda de conversa, Toré e muito protesto deram o tom da manifestação contra o Marco Temporal, que desrespeita direitos indígenas fundamentais como a demarcação de terras ancestrais. Mais do que omissão o governo federal favorece os incêndios florestais e a violência praticada por mineradoras, madeireiras e o garimpo contra os povos originários.
Há mais de 180 medidas anti-indígenas no Congresso Nacional defendidas pela bancada governista e ruralistas que promovem o retrocesso com a retirada de direitos conquistados ao longo do tempo. A permanente mobilização nacional do movimento indígena contra mais um genocídio retrata a histórica luta dos verdadeiros donos da terra. Uma demonstração da força ancestral que “traz no peito o cheiro e a cor de sua terra, a marca de sangue dos seus mortos, e a certeza de luta de seus vivos”, como disse François Silvestre, poeta e escritor potiguar.

O RN é o único estado Brasileiro sem terra demarcada

O Supremo Tribunal Federal (STF) adiou para agosto sua decisão sobre o Marco Temporal. De acordo com esse projeto, só pode ser demarcada a terra indígena que provar sua ocupação até a data da promulgação da Constituição Federal, em 5 de outubro de 1988. Ou se for comprovado o conflito pela posse da terra. Uma ação que ignora a história da colonização que massacrou os povos indígenas e usurpou seus territórios sagrados. E agora tenta legitimar toda essa matança.
Atos como o ocorrido nesta quarta-feira na capital potigiuar fazem ecoar o grito “Levante pela Terra” que tem a meta de reafirmar o direito originário dos povos indígenas aos seus territórios tradicionais. Fazendo uso de máscaras representantes de várias etnias mostraram o mapa da luta indígena e chamaram todos e todas para se juntar em mais uma batalha contra o genocídio do povo brasileiro. Junto aos cartazes e estandartes de protesto o ritual do Toré expressou a dança de resistência do povo indígena e deu o recado: “A Terra é Nossa Mãe/Devemos cuidar Dela”.

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