
O Brasil inteiro não se cansa de ir às ruas para mandar o recado “Sem Anistia para Golpista!”
Movimentos sociais, estudantis, sindicais, juntam-se a multidões que bradam alto e bom som: “Ditadura Nunca mais e Sem Anistia para Golpista”. Neste domingo, às vésperas de completar exatos 61 nos do golpe civil-militar de 1964 [que durou longos 21 anos de ditadura], inumeráveis atos lotaram ruas, praças, entre outros locais de resistência histórica para reafirmar o grito pela verdade, memória e justiça para que os comandantes do golpe fracassado em 8 de janeiro de 2023 não saiam impunes. É a primeira vez, desde a proclamação da República, que militares golpistas de alta patente, um ex-presidente e outros figurões sentam no banco dos réus.
Rememorar 1964, mais que um exercício de memória, significa alertar para a gravidade da ditadura que perseguiu, torturou e matou muita gente nos cárceres da repressão. Agora, diferente da Anistia Ampla, Geral e Irrestrita que sonhou com a volta de tantos irmãos de Henfil, é preciso dizer não a anistia para golpistas que tem como “herói nacional” o torturador Brilhante Ustra [coronel que chefiou o DOI-Codi, divisão de repressão e inteligência da ditadura], e que igualmente tramaram contra a liberdade e os direitos humanos.
Ditadura nunca mais!
Em conversa com o Coletivo Foque, a professora Ceiça Fraga relatou uma sequência de golpes existentes na história do país. “A República, por exemplo, é implantada com um golpe”, afirma a historiadora ao narrar acontecimentos que precisam serem rememorados com a sociedade potiguar para lembrar fatos históricos e entender “que momento é este que a gente tá vivendo hoje no país”, que remete a 31 de março de 1964. Lembrar para nunca mais repetir.