Enquanto a parede vai ficando pronta pro grafite, a canção de Charlie Brown Jr. impulsiona a galera do skate durante o MOVIMENTA ECOPRAÇA deste domingo (28/4) na praça Iapissara Aguiar, zona norte da capital potiguar.
Buscando um novo rumo
Que faça sentido
Nesse mundo louco
Logo pela manhã, um mutirão de limpeza deixou o espaço pronto para movimentar toda a programação cultural. Além da oficina de rima, breaking com Cypher das Boy, a galera do Coletivo Mar fez uma demonstração de técnicas de graffiti com live.
E, à tarde, a praça foi transformada em encontros de afetos através da interação de inúmeras artes com a cena urbana da cidade. Grafite, skate, bike, dança de rua, DJ, MCs, Batalha de Rap, mostram o poder que a cultura tem de transformar vidas e comunidades.
Ligado nas ondas da imprensa livre o Coletivo Foque chegou junto e registrou as manobras de um esporte radical que precisa de incentivo do poder público para se manter vivo e atuante.
Sentado na arquibancada da quadra, local do evento, José Victor falou sobre a importância de mostrar o ponto de vista dos skatistas em questão à cidade. Skate é amizade, é união, é diversão. O evento tá bonito, independente de premiação a galera tá aqui pra andar de skate e se divertir. Ele conta que uma das maiores lições que o skate lhe ensinou foi que você não pode desistir.
Jarleilson Dias, mas conhecido como Barata entre a turma de skatistas, desabafa como foi levando a vida nessa arte. Eu vi um skate assim no lixo, aí decidi dar um rolé e tô até hoje. São treze anos da minha vida andando de skate. Isso salva vidas. Deus em primeiro lugar, segundo é skate na veia. Ele reclama que o skate na zona norte é muito esquecido e chama a galera para se conscientizar e se juntar em defesa dessa arte radical.
Logo depois de participar da etapa feminina, Sílvia Bianca contou ao Coletivo Foque que começou a andar de skate aos 14 anos incentivada pelo jogo de videogame Tony Hawk e desde então se tornou sua paixão. Hoje em dia é meu estilo de vida e hobby mesmo. Ela confessa que no começo sentia muito a falta de outras meninas nas competições. Foi um pouco solitário, mas sobre os meninos sempre teve um respeito muito grande e nunca ocorreu nenhuma situação de atrapalhar, eles sempre respeitaram nossa vez e nosso espaço. Bianca mandou um recado para as meninas que se identificm com o esporte. Skate não é tão fácil no início, mas é justamente isso que é a graça de você persistir se superar, se determinar a aprender e vale muito a pena.
Maria Santos, do Movimento Kizomba, relata sobre a importância desse evento que a Ecopraça está fazendo. É segunda edição que acontece na zona norte. A ideia é fortalecer a cultura que já existe aqui. Um evento organizado pelo Ecopraça junto com a galera do skate, da Batalha de Rap, e a Kizomba que é um coletivo de juventude que também está se somando às lutas pra sempre fortalecer a cultura da zona norte.
A galera que curte bike também ocupou a quadra e fez da pedalada mais uma apresentação que encantou a arquibancada.
Mesmo sob a chuva forte as bgirls arrasaram, encerrando a programação que ficou impossibilitada de continuar por motivo do local do evento ficar completamente alagado.
