Bolsonaro desvia verba do Farmácia Popular para aumentar orçamento secreto

Bolsonaro mostrou mais uma vez que pouco se importa com as reais necessidades da população. E mesmo a Saúde, que já apresenta tantos problemas, foi vítima de uma nova tesourada que irá comprometer o atendimento aos brasileiros.

No orçamento para 2023, o presidente cortou quase 60% da verba destinada ao programa Farmácia Popular que fornece remédios gratuitos para diabetes, asma, hipertensão, dislipidemia, rinite, doença de Parkinson, osteoporose, glaucoma, anticoncepção, além de fraldas geriátricas.
O levantamento feito por Bruno Moretti, assessor do Senado e especialista em orçamento da saúde, indica que o programa receberá R$ 1,2 bilhão a menos, comparado a este ano.
Os dados completos serão publicados em Nota de Política Econômica do Grupo de Economia do Setor Público da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Atualmente, o Farmácia Popular atende a 21 milhões de pessoas.
Tira do povo parar dar aos deputados
Enquanto segue seu plano de desinvestimento e precarização na Saúde, Bolsonaro aumenta, sem qualquer pudor, o dinheiro que será entregue aos deputados e senadores, em emendas de relator destinadas ao Ministério da Saúde.
Com a “economia” feita no orçamento do Farmácia Popular, Bolsonaro aumentará em 22% a verba aos parlamentares. Já as emendas individuais e de bancada impositivas – obrigação do governo – aumentaram 13%.
Na prática, Bolsonaro está engordando o cofre do orçamento secreto, em que políticos decidem sobre o destino de verbas da União sem precisar de explicações detalhadas. Na maior parte das vezes o dinheiro é empregado em currais eleitorais, visando apenas o ganho político.
Ataque à Saúde indígena
A guerra do governo Bolsonaro contra os povos indígenas brasileiros também se manifesta no desmonte da no atendimento médico dedicado aos povos originários. Para o ano que vem, os cortes na saúde indígena também beiram os 60%.
Ante o R$ 1.48 bilhão aplicados em 2022, o orçamento para o ano que vem está previsto em R$ 610 milhões. Corte de R$ 870 milhões. Desde 2018, o dinheiro investido para os cuidados médicos e preventivos a indígenas têm recebido cortes em sequência.
A situação dramática ficou ainda mais evidente durante a pandemia de covid-19. Até o momento, as mortes notificadas já ultrapassaram 10 mil. No entanto, segundo a Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil) o número pode ser quatro vezes maior.
Todo repúdio
A política de desmonte dos serviços públicos é um retrato cruel do governo Bolsonaro que, acima de tudo, atua para dificultar a vida dos brasileiros e aumentar a desigualdade social presente na sociedade.
É preciso denunciar a política que destina dinheiro público aos interesses pessoais de deputados e senadores. A tática foi usada durante todo mandato de Bolsonaro como forma de proteção ao impeachment.
Por isso, é dever das entidades de classe, como a CSP-Conlutas, organizar a classe trabalhadora para a luta direta com o objetivo de transformação da sociedade. Fora Bolsonaro e sua política genocida
Fonte: cspconlutas.org.br

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