8 de março reafirma a luta contra o machismo

O tom dos protestos neste 8 de março no Brasil e no mundo levantou as vozes de resistência e as bandeiras de luta em mais um Dia Internacional das Mulheres.

Ao som de muita batucada e palavras de ordem, faixas e cartazes se juntaram à caminhada das mulheres pelas ruas do país. Em Natal, as manifestações se concentraram na praça Gentil Ferreira, no Alecrim, de onde saiu a caminhada que levou para as principais avenidas da cidade a denúncia contra o machismo, o racismo, a misoginia, a fome e o governo genocida de Bolsonaro.

Fotografia: Acervo/Sindesind-RN
“Memorável a participação das mulheres e da sociedade que cada vez mais trás à tona nossa indignação com a violência sofrida por todas nós. Nos matam, na tentativa de silenciar nossa força. No mundo do trabalho, reduzem nossos contratos e nos subjugam. Tristemente, vemos parte das direções sindicais assumindo a tônica do mercado e deixando de lado a defesa da classe”, afirma Gerlane Silva, presidente do Sindesind/RN sindicato que representa trabalhadoras e trabalhadores de entidades sindicais. Ela declara, ainda, que “este dia foi um exemplo da força da união dos grupos organizados da sociedade, que lindamente foram pra rua com suas históricas bandeiras de luta”.
Como afirma o manifesto da CSP-Conlutas, os motivos para lutar não são poucos e não começaram agora, mas se aprofundaram muito nos últimos anos, com a combinação da crise econômica, pandemia e o governo genocida de Bolsonaro. “Foram intensificados o desemprego, a miséria e a violência contra as mulheres”. Esclarece que durante a pandemia 54% dos empregos perdidos no mundo foram de mulheres. E com o isolamento social imposto pela pandemia da Covid-19, elas ficaram mais expostas à violência doméstica, aos abusos sexuais e feminicídio. A luta pela vida se estende à população LGBT. Até março de 2021, houve um aumento de 40% nos assassinatos de pessoas trans. Daí, a necessidade de lutar contra o machismo, o racismo, a LGBTfobia, a xenofobia e todo tipo de opressão.
Entre 2020 e 2021, o Painel de Dados da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos (ONDH), do Instituto Santos Dumont (ISD), mostra que no Brasil o número de delitos contra as mulheres triplicou. Passou de 271.392 registros para 823.127. No RN, a alta segue a mesma proporção – 205,02%. Os números da violência contra as mulheres potiguares passou de 5.198, em 2020, para 15.855 em 2021.
Estudo realizado pela Rede de Pesquisa OBVIO Observatório da Violência da UFRN, publicado em 2021, mostra que em uma década (entre 2011 e 2020) 1.050 potiguares foram assassinadas por serem mulheres. Nesse período, a cada três dias uma mulher era morta no Estado. A pesquisa mostra ainda que oito em cada 10 das mulheres vítimas de feminicídio eram negras.

Pois é, motivos para lutar é o que não falta.

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